Uma equipe de pesquisadores da ONG Wildlife Conservation Society diz haver descoberto um "paraíso" na América Latina para um tipo de animal, cuja população na área, na fronteira entre o Peru e a Bolívia, é estimada em 14,5 mil indivíduos: as antas.
Usando uma combinação de armadilhas fotográficas, observações, informações de guardas florestais e moradores que caçam para subsistência, os cientistas identificaram uma grande quantidade de antas, que circulam entre cinco parques ambientais interligados, situados entre o noroeste boliviano e o sudeste peruano.
Anta se refresca em rio enquanto pássaro pousa em sua cabeça, em 'santuário' na América Latina (Foto: Mileniusz Spanowicz/WCS)Anta se refresca em rio enquanto pássaro pousa em sua cabeça, em 'santuário' na América Latina (Foto: Mileniusz Spanowicz/WCS)
Uma série de estudos sobre os animais foi publicada no periódico "Integrative Zoology", na edição de dezembro. Os dois principais parques que funcionam como "santuário" para as antas, e que foram analisados por 12 anos, são o Parque Nacional Madidi, na Bolívia, e a Reserva Nacional Tambopata, no Peru.
As antas são classificadas como vulneráveis pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês). Considerados os maiores mamíferos terrestres da América do Sul, estes animais chegam a pesar 300 kg. Sua dieta se baseia em frutas e folhas.
Registros das armadilhas fotográficas revelaram que as antas são mais numerosas em áreas ambientais protegidas do que em regiões sem proteção, na fronteira entre a Bolívia e o Peru.
Num local em que houve medição de dados por um longo período do tempo, próximo ao rio Tuichi, a população de antas que estava declinando se recuperou após a criação de uma área preservada - o Parque Nacional Madidi, criado em 1995, de acordo com os cientistas.