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Terça-feira, 16 de julho de 2024

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Pesquisas ajudam a melhorar a criação de tambaqui em cativeiro

O tambaqui é considerado um peixe nobre na Amazônia. A grande exploração fez com que o peixe praticamente sumisse da maioria dos rios. ..

O tambaqui é considerado um peixe nobre na Amazônia. A grande exploração fez com que o peixe praticamente sumisse da maioria dos rios. Por isso, é realizado um trabalho para tornar a criação em cativeiro cada vez mais eficiente.


O pescador Wagner Maia Sampaio, que sai cedo para a lida no Rio Solimões, em Manaus, sabe as espécies que devem ir para a rede. Mas entre elas não está o tambaqui. “Há mais de 15 anos que eu peguei um tambaqui nessa região. É muito difícil”, diz.

Até a década de 1980 havia tambaqui em abundância na região de Manaus. Mas, a pesca sem controle e o aumento da população causaram um desequilíbrio. A procura superou em muito a oferta. Nas feiras, é possível encontrar tambaquis de dez ou 14 quilos, que são de rios bem distantes da capital do Estado.

O peixe de cativeiro é o mais comprado na região. O preço do quilo do peixe de cativeiro custa menos da metade em relação ao valor do peixe de rio. A criação em tanques deu certo graças ao trabalho de domesticação da espécie, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).

O biólogo Alexandre Honczaryk, que produz alevinos de várias espécies, explica que as fêmeas de tambaqui recebem injeções de hormônio para estimular a reprodução em cativeiro. Depois, os óvulos são misturados ao sêmen do macho e vão para as incubadoras. Quando nascem, os alevinos ficam em piscinas de pedra até a venda.

"Foram formadas famílias. Essas famílias foram colocadas sob uma criação. Foram selecionados exemplares. Esses exemplares então foram pontuados de acordo com essas características zootécnicas que a gente precisa saber e que a gente quer na linhagem", diz Honczaryk.

A doutora em biologia Vera Val, também do INPA, diz que ainda falta desenvolver características diferenciadas no peixe. "Determinar, se eu quero uma quantidade mais de carne lombo, se eu quero uma costela de tambaqui maior, com mais carne, mais entre-costelas. Então, vamos trabalhar este aspecto".

O consumo crescente em Manaus fez os criadores de Rondônia se anteciparem para abastecer esse mercado. A produção nos tanques da região de Ariquemes, que inclui nove municípios, saltou de 12 mil, há quatro anos, para mais de 40 mil tambaquis. Com venda garantida, uma cooperativa investiu pesado na fabricação da ração e em novas tecnologias.

São três fases de desenvolvimento. Cada filhote, ou alevino, chega pesando entre dois e cinco gramas. O abate acontece quando o tambaqui alcança de dois a três quilos. "Gira em torno de um ano o tempo total do cultivo. Mas isso vai variar de acordo com características da água, tempo de recria, tamanho final pra abate", explica o engenheiro de pesca Vinícius Pedroti.

Os cuidados são intensos para conseguir bons resultados. O tanque recebe tratamento especial antes da colocação dos peixes. A medida é tomada para evitar riscos aos filhotes. Já com os tanques cheios, amostras de água são coletadas para análise uma vez por semana. O dono da propriedade Edson Sapirás, que aposta na mecanização, comprou um equipamento chamado de aerador, que ajuda a equilibrar o nível de oxigênio na água, que normalmente diminui à noite, sem a luz do sol.

O tamanho preferido do peixe para o consumidor de Manaus varia de três e 3,5 quilos. E 80% da produção de tambaqui de Rondônia são enviados para a capital do Amazonas. A média brasileira de consumo anual de peixe gira em torno de seis a sete quilos por pessoa. Em Manaus, os números são bem superiores, de 30 a 40 quilos.
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