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Terça-feira, 16 de julho de 2024

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Patos selvagens vivem soltos na natureza pela região de Santarém, PA

Foto: Reprodução

Patos selvagens vivem soltos na natureza pela região de Santarém, PA
O pato é o principal ingrediente do Círio de Nazaré, no Pará. A tradicional festa será realizada no domingo (13), em Belém. Mas há diferenças da ave selvagem em relação à domesticada.


Os patos selvagens vivem soltos na natureza pela região de Santarém, no Pará, onde as águas esverdeadas do Rio Tapajós se encontram com as barrentas do Rio Amazonas. A fazenda do produtor rural e advogado Tarquínio Moreira de Oliveira, no município de Mojuí dos Campos, no oeste do Pará, é frequentado por bandos de patos selvagens.

Ele cria gado, porcos e somente patos mestiços. “Quando chega na época da enchente mesmo e acaba cobrindo todas as ilhas do Tapajós e os afluentes, eles acabam vindo mais pra cá. Quando é época da seca eles migram de volta pra lá”, diz.
O pato selvagem ou pato-do-mato, cientificamente chamado de cairina moschata, tem aproximadamente 85 centímetros de comprimento e chega a 1,20 metro de envergadura. O macho pesa uma média de dois quilos e a fêmea, um quilo. O corpo é praticamente todo preto. Só é possível ver a cor branca com as asas abertas e o vermelho aparece ao redor dos olhos. O pato selvagem não gosta de ninguém por perto.

Alguns patos selvagens da fazenda vão atrás de um chamego junto às aves domesticadas. O romance acaba gerando patos mestiços. “Eles sobem para tirar as fêmeas dos domésticos e cruzar com elas”, diz Tarquínio Leão de Oliveira, de 15 anos.

O pato-do-mato é uma ave silvestre. É proibido caçar ou alimentar essa espécie. A criação em cativeiro depende de autorização do Ibama. De acordo com o instituto, não existem criadores autorizados de pato selvagem na região Norte.
Essa espécie que vive hoje sob a proteção da lei já foi domesticada. Os relatos de padres jesuítas feitos na época da colonização portuguesa, há mais de 460 anos, dão conta de que os índios brasileiros criavam patos selvagens. A constatação surpreende porque historicamente os indígenas tinham o hábito de caçar os animais em vez de criá-los.
No século 16, patos selvagens foram levados para a Europa, onde passaram por uma seleção ao longo dos anos para chegar à forma doméstica conhecida atualmente no mundo inteiro. No Pará, patos trazidos de volta ao Brasil e aves que tiveram uma seleção no país acabaram cruzando com o selvagem, gerando mestiços. Esses são os mais apreciados quando vão para a panela.

O principal ingrediente da receita de Lucimar Ribeiro, a cozinheira da família, vem da fazenda do Tarquinio. O pato no tucupi não pode faltar no tradicional almoço do Círio de Nazaré. A maior procissão religiosa do país reúne dois milhões de fiéis em Belém, sempre no segundo domingo de outubro.

Nos supermercados de Belém, a procura é pela ave congelada, uma forasteira em terras paraenses que vem de Santa Catarina e que na verdade é um híbrido, um cruzamento de pato com marreco. Cada unidade é vendida por cerca de R$ 17,00 e tem algumas diferenças em relação aos patos criados no Pará. O mercado do Ver o Peso é um dos lugares mais procurados pelos consumidores que irã preparar a tradicional ceia do Círio. No lugar, eles encontram todos os ingredientes para fazer as receitas.
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