Quatro pessoas presas na operação Pinóquio, realizada pela Polícia Civil, e acusadas de envolvimento na venda de créditos virtuais para exploração de madeira no Estado, estiveram na tarde desta quarta-feira na Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema). Nilda da Silva Alves, seu filho Ulisses Antonio de Carvalho Neto, e o marido, Vilson Pereira da Silva, foram encontrados ontem, em Jaciara e encaminhados para a capital.

Conforme as investigações, a família é apontada como a operadora do esquema que consistia em “esquentar” documentos para montagem de processo de exploração de produtos florestais, na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Eles vão responder por formação de quadrilha, falsidade ideológica, crimes contra a administração ambiental. O depoimento deles está marcado para esta quinta-feira (9).

Já Lusmar Zandona, acusado de ser apontador de notas, no município de Comodoro, se apresentou ao delegado Roberto Amorim, titular da Dema. Com a prisão dos quatro, sobe para 17 o número de presos na operação, sendo que dois continuam foragidos. Ao todo, foram expedidos 19 mandados de prisão temporária em Cuiabá e em Juína, Alta Floresta, Sinop, Comodoro, Arenápolis, Nortelândia e Paranatinga.

O delegado ressaltou, que trata-se de uma organização criminosa que conseguiu inserir no Cadastro de Consumidor de Matéria Prima de Origem Florestal (CC-Sema) cerca de 80 mil metros cúbicos de madeira, movimentando aproximadamente R$ 80 milhões em créditos virtuais, no período de um ano e meio.

Segundo Turim, será necessário pedir a prorrogação da prisão temporária em virtude dos depoimentos, que ainda não foram finalizados. “Precisamos ouvir mais testemunhas e os próprios acusados, que ainda não deu tempo de serem interrogados”, declarou ao site Olhar Direto.

Seis projetos de manejo em fazendas localizadas nos municípios de Nobres, Nova Maringá, Ariapuanã, Nova Bandeirantes, Paranaíta e Juara, deram origem aos inquéritos policiais da operação. O delegado informa ainda que os inquéritos não estão relacionados com os casos apontados na operação “Guilhotina”, realizada em Mato Grosso, em 2007. “A Pinóquio é um desdobramento da outra ação, pelos novos fatos investigados”, frisou.

Outro lado

O advogado André Pozetti, contesta a informação de que o casal, Nilda e Vilson sejam apontados como as cabeças do esquema. Como os advogados Huendel Wender e Irajá Lacerda que solicitaram que os presos Sebastião Ramos Batista (arrendatário) e Newton Marcos Pereira da Silva, o“Marcão” (negociador de projetos, cunhado de Nilda), sejam ouvidos novamente pelo delegado.

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