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Terça-feira, 16 de julho de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Falta de chuvas antecipa para julho previsão de 'colapso' no Cantareira

A estiagem atípica registrada no primeiro trimestre antecipou de agosto para julho a previsão de "colapso" no Sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo e as regiões de Piracicaba (SP) e Campinas (SP), aponta estudo do Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão (GTAG) do mecanismo.


Em fevereiro, o grupo previa que o volume útil das represas se esgotaria no "final de agosto" no cenário mais pessimista de falta de chuvas. Agora, nestas mesmas condições, a estimativa é que a água acabe em "meados de julho", forçando a retirada do volume morto, que necessita de bombeamento para ser captado, a partir de então.

O relatório é assinado pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), Agência Nacional de Águas (ANA), comitês das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e das Bacias do Alto Tietê e pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) após reunião realizada sexta-feira (28).

O comunicado ainda recomenda que a ANA e o DAEE apoiem o Comitê PCJ a estabelecer planos de contingência para a operação dos sistemas municipais de abastecimento nas cidades que dependem do Sistema Cantareira. O nível dos reservatórios chegou a 13,8% na última semana e, pela primeira vez na história, atingiu volume acumulado menor que 14%.

A Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico do Comitê PCJ propôs nesta segunda-feira (31) metas de redução de consumo de água de até 50% para a "sobrevivência" do Cantareira. Conforme os cálculos da câmara técnica, metade da água da Grande São Paulo depende do Cantareira e, com a economia de 50%, a região não precisaria se abastecer do sistema temporariamente durante o período de estiagem.

Procurados nesta terça-feira (1) para comentar a recomendação, o DAEE e a ANA não se posicionaram. O departamento estadual, por meio de assessoria, relatou que suas deliberações estão inseridas no comunicado do GTAG. Já a ANA, também via assessoria, informou que se pronunciará apenas após o final das tratativas entre os governos paulista e fluminense para cooperação hídrica.

A vazão média mensal de retirada de água do Sistema Cantareira é de 27,8 metros cúbicos por segundo, ou seja, 24.800 litros por segundo para abastecimento da Grande São Paulo e 3.000 litros por segundo para descarregamento nas Bacias PCJ, valores correspondentes às prioridades primárias das duas regiões, de acordo com o GTAG.

No final de semana, a profundidade e a vazão do Rio Piracicaba em trecho urbano de Piracicaba (SP) voltaram a baixar após a melhora observada no início do mês, o que fez com que bancos de areia no leito no manancial voltassem a aparecer. E a previsão do tempo para os próximos dois meses não indica volume expressivo de chuvas, o que poderia amenizar a situação.

Pouca chuva
Segundo a Somar Meteorologia, há estimativa de 30 mm de chuva na área do Cantareira nos próximos 15 dias, valor que não deverá elevar o nível dos reservatórios. "O mês será caracterizado pela diminuição da chuva no Sudeste. Na primeira semana, a passagem de uma frente fria traz chuva razoável, mas na segunda quinzena de abril não há previsão de chuva significativa na maior parte da região. A previsão até mostra episódios de chuva ao longo de maio, mas sem altos volumes de água. A tendência é que o Cantareira fique ainda mais seco no próximo mês", informou o instituto.
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