Os incentivos fiscais que o Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), oferece aos investidores, ultrapassam as questões econômicas. Além de promover o desenvolvimento do Estado como um todo, os benefícios têm sido utilizados para preservar o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida da população.
De acordo com o secretário de Indústria e Comércio, Pedro Nadaf, são 14, o número de empresas com incentivos do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial do Estado de Mato Grosso (Prodeic), que trabalham com reciclagem no Estado. “São empresas que utilizam como matéria-prima, plásticos, restos de madeira, alumínio e demais resíduos que prejudicam o ambiente se não coletados e transformados corretamente. Essas empresas estão espalhadas em oito municípios, sendo a maioria encontrada em Cuiabá e Várzea Grande”.
O superintendente de Indústria da Sicme, Sérgio Romani, enfatiza que para qualquer indústria ter o benefício do Prodeic, vários critérios são analisados como tipo de produto, localização da empresa, número de empregos gerados, IDH do município e demais critérios. “Dentre eles, há a preocupação da empresa com o meio ambiente, funcionando conforme a lei determina. Nesse quesito, as empresas de reciclados ganham pontos”.
Focada em embalagens de defensivos agrícolas do Estado de Mato Grosso, Rondônia e Mato Grosso do Sul, a Plastibrás, indústria que produz conduítes (material para construção civil), é uma das beneficiadas do Prodeic. Com capacidade de reciclar 450 toneladas por mês, gerando 50 empregos em Cuiabá, o empreendimentorecebe bons resultados devido aos incentivos do Governo.
“Se não houvesse o incentivo, a fábrica não existiria mais, pois não conseguiríamos competir com São Paulo. Mas com o benefício, podemos ter uma boa rentabilidade, cumprir nossas obrigações tributárias e continuar verticalizando nossa produção”, afirmou o diretor Adilson Valera Ruiz.
O grande destaque da empresa, que possui 1.500 clientes em Mato Grosso, exportando também para Goiás, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Acre, Tocantins, é a preocupação com o meio ambiente. “Até cinco anos atrás, ano da fundação da empresa, esses materiais eram queimados ou enterrados em aterros, o que ocasionava sérios problemas ambientais”.
Para o diretor da Indústria de Reciclagem de Subprodutos de Animais, Adelino de Souza Leite, os incentivos do Prodeic garantiram a sobrevivência da empresa, durante o período da crise mundial, ocorrido recentemente. “Se não tivéssemos esse suporte, não íamos conseguir manter o funcionamento da indústria”.
Especializada em transformar os subprodutos bovinos em farinha de carne e sebo industrial, a empresa tem capacidade de reciclar 300 toneladas por dia, utilizando matéria prima do Estado e exportando para São Paulo, Rio Grande do Sul e demais estados do nordeste. “Além de gerar 130 empregos, nossos produtos possuem grande importância. A farinha é usada como proteína animal nas rações e o sebo como matéria prima para indústrias de cosméticos, biodiesel e sabão. Sem contar que ajudamos a preservar o meio ambiente, com a retirada desses materiais de áreas livres”.
