Após a revolta de professores e alunos do campus de Rondonópolis, da Universidade Federal de Mato Grosso, que  no início desta semana, denunciaram o corte de árvores nativas e em extinção, dentro da instituição, a promotora de justiça Joana Maria Ninis, da 6ª Promotoria Cível para Defesa do Meio Ambiente e Ordem Urbanística, determinou a suspensão imediata dos cortes. A promotora também quer saber quais os motivos para a retirada das árvores e encaminhou um ofício para a reitora da instituição, Maria Lúcia Cavalli Neder e para o secretário de Meio Ambiente, Lindomar Alves.

Conforme Paulo Isaac, professor doutor de ciências sociais do campus, os cortes iniciaram na terça-feira (18), autorizados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. O pedido foi feito pelo campus para viabilizar uma rua que irá contornar toda a instituição, que foi autorizada pelo Estado.
 
Segundo Paulo, a rua já existe, mas era sinuosa e a intenção era deixá-la reta. “Não avaliaram direito a retirada dessas árvores”, conclui o professor, que acredita que um projeto paisagístico poderia ter utilizado as árvores até mesmo como auxiliares na redução de velocidade na via. “Um projeto paisagístico bem feito não alteraria o meio ambiente, é o que chamamos de desenvolvimento sustentável”, explicou.

Desde a terça-feira foram retiradas três espécies de ingá, um cajueiro, uma escorrega-macaco, uma de pequi e uma aroeira, esta última em extinção no Estado de Mato Grosso. 

 Ontem (19), pela manhã, mesmo após a denúncia do professor à promotoria, por telefone, ainda foi retirada uma árvore da espécie angico. Logo em seguida, o professor formalizou a denúncia. A reportagem do Olhar Direto entrou em contato com o secretário municipal de Meio Ambiente, mas até o momento não conseguiu falar com Lindomar Alves.