Olhar Direto

Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Vereadores de Novo Progresso (PA) declaram Carlos Minc 'persona non grata'

Enquanto o Ibama anuncia a aplicação de mais de R$ 65 milhões de reais em multas ambientais durante a operação Boi Pirata II, em Novo Progresso (PA), os vereadores do município, que está na lista dos que mais desmatam a Amazônia, resolveram homenagear o juiz estadual José Admilson Gomes Pereira, que mandou prender o chefe da ação de fiscalização, aprovando para o magistrado a concessão do título de “cidadão progressense”. No mesmo dia (terça-feira, 18), aprovaram ainda que o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc seja considerado “persona non grata” na cidade.


Segundo o propositor das duas iniciativas, o vereador Adécio Piran (PDT), até os representantes do PT, o partido do ministro, aprovaram os dois títulos. O vereador, que afirmou não ter ligação com o setor madeireiro, disse que as propostas são uma forma de mostrar a insatisfação da população local com a atuação da fiscalização ambiental.

O motivo principal para o título de “persona non grata” para Minc foram alegações do ministro de que moradores da cidade queriam incendiar o escritório local do Ibama, o que, segundo Piran, não é verdade. “A visão nacional é de que todos os predadores da Amazônia estão em Novo Progresso”, reclamou o pedetista.

Ao Globo Amazônia, o ministro do Meio Ambiente reafirmou que houve um movimento político para insuflar a população a queimar as dependências do instituto na cidade, e que foi preciso pedir apoio policial à governadora paraense, Ana Julia Carepa, para proteger o edifício.

“Se colocar fogo na floresta e expandir pecuária em unidade de conservação federal, é cana”, alertou o ministro do Meio Ambiente. “Pode votar ‘persona non grata’”, completou. “Eles estão fazendo isso e a terra nem é deles. É terra federal. Não pagam a terra, não pagam imposto, não assinam carteira e estão transformando a Amazônia em pasto”, afirmou Minc, referindo-se ao gado e ao desmatamento que os fiscais têm encontrado dentro da Floresta Nacional de Jamanxim, localizada em Novo Progresso.

Segundo o vereador Piran, partes da reserva estão ocupadas há 25 anos e, por isso, não seria justo punir produtores ali instalados. “Há algum tempo o Instituto Chico Mendes (ICMBio, órgão federal responsável pelas reservas federais) está negociando com autoridades locais a redefinição de uma pequena parte da Flona Jamanxim, que não é esta onde foi feita a operação, mas que estava pré-ocupada por algumas atividades”, observou Minc. “Mas este acordo não é para desmatar mais, de jeito nenhum. Temos o Fundo Amazônia”, lembrou o ministro. “Se autorizarmos desmatamento, a gente estoura o Plano Nacional de Mudanças Climáticas e inviabiliza o fundo, que, só da Noruega, vai receber US$ 1 bilhão”.
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