Identificar em imagens de satélite novos desmatamentos em unidades de conservação estaduais e terras indígenas e alertar os órgãos parceiros para que sejam adotadas medidas de fiscalização. Essa foi a proposta das 23 notas de alerta emitidas pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) a autoridades mato-grossenses em agosto, cujos resultados começam a ser verificados pelo órgão.

Responsável pelas unidades de conservação estaduais, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), através de seu secretário-adjunto, Salatiel Alves de Araújo, acusou o recebimento das notas de alerta e recomendou a fiscalização na Área de Proteção Ambiental (APA) Cabeceiras do Rio Cuiabá e na Reserva Extrativista Guariba/Roosevelt, seguindo as cartas-imagem produzidas pelo Sipam. Na APA, um dos principais focos de desmatamento em áreas protegidas do estado onde mais de 40% da vegetação já sofreu impactos, foram flagradas novas aberturas da mata, somando mais de 500 hectares.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) também já se manifestou sobre o desmatamento em uma das sete Terras Indígenas enfocadas nos alertas. Segundo a Fundação, os desmatamentos de pouco mais de 28 hectares na Terra Indígena Erikbaktsa se justificam pelo cultivo de roças tradicionais, que garantem a subsistência das mais de 100 famílias. Antônio Carlos de Aquino, responsável pelo Núcleo de Apoio Operacional do órgão em Juína (MT), agradeceu ao Sipam pelo alerta e consultou o órgão sobre a “possibilidade de fornecer mensalmente informações de imagens atualizadas das áreas indígenas em Juína”, o que demonstra a relevância das informações. “Esse retorno dado pelos parceiros é muito importante para avaliarmos nosso trabalho e seguirmos executando ações em conjunto”, explica José Neumar da Silveira, gerente regional do Sipam.