Três prefeitos do Nortão do Estado estão “sorrindo à toa” com os avanços nas discussões para implantação de uma usina hidrelétrica no rio Teles Pires: Celso Banazeski (PR), de Colíder; Raimundo Zanom (PP), de Itaúba e Vilmar Giachini (PMDB), de Cláudia.
Isso porque a represa vai ocupar áreas dos três municípios e as prefeituras passarão a ganhar royalts depois que entrar em operação a unidade de Aproveitamento Hidrelétrico (AHE) Colíder, de 342 megawatts (MW).
Raimundo Zanom disse, ao Olhar Direto, que ainda não foi mensurado os valores que o erário passará a receber, mas que a notícia de incremento na receita já deixa os gestores animados. “Ainda não se tem uma ideia, mas a cifra será grande, já que cerca de 70% da represa será em nosso território e em tempos de crise financeira, todo recurso é bem vindo”.
O relatório de impacto ambiental já foi aprovado. Agora começam as audiências públicas que acontecerão em outubro nas três cidades. Conforme Zanom, o impacto ambiental da AHE Colíder será pequeno e proporcionará grande aproveitamento energético. “Vai alagar uns 30 quilômetros, o que é muito pouco, já que terá capacidade de produção maior do que a usina do Manso”.
O parque de turbinas ficará instalado na divisa entre Itaúba e Colíder, a cerca de 30 quilômetros da sede de Itaúba. A represa vai alagar uma área de 11 mil hectares, atingindo fazendas e os proprietários serão indenizados. Conforme o prefeito, a barragem terá cerca de 50 metros de altura e os animais das ilhas serão recolhidos e transferidos para um local adequado.
O projeto da AHE Colíder está à disposição de interessados nas prefeituras e câmaras das três cidades. As audiências públicas serão coordenadas pelo Ministério Público, para que a população possa dar seu referendo.
O leilão para definir a empresa que construirá a usina será feito em dezembro. A vencedora custeará as obras e terá direito de vender a energia produzida. A previsão é que os trabalhos comecem em junho de 2010, no início do período de seca. Ainda não foi informado oficialmente o valor a ser investido na construção, mas estimasse que seja superior a R$ 1 bilhão.
Serão gerados cerca de três mil empregos diretos, por um período de aproximadamente cinco anos. O prefeito ressaltou ainda que o setor turístico também será beneficiado com a formação do lago da usina, tornando-se local de visitação.
Quando entrar em funcionamento, a usina será interligada ao sistema nacional de energia. Outra usina no rio Teles Pires, entre Sinop e Itaúba, está em análise de impacto ambiental.
