Olhar Direto

Quarta-feira, 03 de julho de 2024

Notícias | Meio Ambiente

manifestação

Crise deve facilitar cortes de gás do efeito estufa em 3% em 2009

Foto: 05.out.09 - AP

Ativistas ambientais fazem manifestação em frente ao escritório regional da ONU em Bancoc, enquanto delegações discutem clima

Ativistas ambientais fazem manifestação em frente ao escritório regional da ONU em Bancoc, enquanto delegações discutem clima

As emissões globais de gás carbônico deverão cair 3% em 2009, graças à crise econômica. Isso abre uma "janela de oportunidade única" de estabilizar a concentração global de gases-estufa no nível considerado seguro pelos cientistas, afirmou ontem a Agência Internacional de Energia (AIE).


O presidente da AIE, Nobuo Tanaka, divulgou nesta terça-feira (6), durante a reunião das Nações Unidas sobre mudanças climáticas em Bancoc, Tailândia, resultados do "World Energy Outlook", relatório anual da agência sobre produção e consumo de energia no mundo.

É a primeira vez que o órgão antecipa uma parte do relatório. A medida tem o objetivo declaradamente político de subsidiar a negociação do acordo do clima de Copenhague, a ser fechado em dezembro.

Surpresa

Segundo Fatih Birol, economista-chefe da AIE e coordenador do relatório, o impacto da crise global sobre as emissões surpreendeu até mesmo a agência. Mesmo se nenhuma política de controle de CO2 fosse adotada no mundo, as emissões em 2020 seriam 5% menores do que o estimado pela AIE no ano passado, afirma.

"Isso se contrapõe ao crescimento de 3% ao ano das emissões", disse Birol. "É como se em dois anos, 2007 e 2008, nós não tivéssemos emitido carbono nenhum, o que é uma oportunidade muito boa."

Segundo a AIE, o mundo pode agora tentar estabilizar a concentração de gás carbônico na atmosfera em 450 ppm (partes por milhão). Segundo os cientistas do IPCC, esse é o nível de estabilização necessário para dar ao mundo uma chance de 50% de manter o aquecimento global abaixo de 2 graus Celsius, temperatura além da qual a mudança climática sairia do controle.

Alcançar as 450 ppm, no entanto, está longe de ser uma tarefa simples --ou barata. Segundo Tanaka e Birol, será necessário fazer uma "revolução" nos sistemas de transporte e energia, dobrando a participação de energias renováveis na matriz (hoje de 18%) até 2030 e aumentando a participação da energia nuclear. "Isso equivale a inaugurar 17 mil turbinas eólicas e 18 usinas nucleares por ano", disse Tanaka.

Também será necessário um aumento brutal na frota de carros elétricos e híbridos: até 2030, os carros convencionais terão de ser reduzidos a 40% da frota global (hoje são 95%).

O custo dessa transição é estimado em US$ 10 trilhões entre o ano que vem e 2030. Essa é a má notícia. A boa, diz Birol, é que só as medidas de eficiência energética podem prover até 65% do abate. Cada ano de inação, porém, adverte Tanaka, aumentará o custo de estabilização em US$ 500 bilhões.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet