Os projetos Blocos Pantanal e Reveste-recicle, dos alunos dos cursos técnicos em Edificações e do curso superior tecnológico em Controle de Obras do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva, foram classificados em primeiro e terceiro lugares na etapa regional do Prêmio Técnico Empreendedor 2009 promovido pelos Ministérios da Educação e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sebrae e o Banco do Brasil.

Quem diria que os rejeitos das construções, sendo elas, prediais, residenciais ou comerciais, podem ser reciclados e transformados em matéria-prima para a argamassa? As alunas Dayane Berkembrack e Suélen Patrocínio Dias, dos 4˚ e 3˚ semestre do curso de Edificações, afirmam que é possível transformar esses rejeitos em areia. O material é passado por um processo de trituração e peneiragem até virar pó.

“A nossa idéia foi desenvolver um material que substituísse a areia. De acordo com os nossos estudos feitos em laboratório, descobrimos que é possível reaproveitar este material. O mais importante é que, a nossa idéia, além de pesquisar componentes que venham agregar a argamassa, também contribui com a preservação do meio ambiente duas vezes, uma que evita a retirada da areia dos rios (evitando o assoreamento dos rios) e outra é evitar que os rejeitos venham ser depositados no meio ambiente”, frisaram as acadêmicas.

Questionadas sobre a resistência do material reciclado com o material convencional (usado com areia) elas afirmaram que todo o estudo foi feitos dentro das normas da ABNT e da construção civil e o material apresentou total resistência. “Nós fizemos todos os testes possíveis e os resultados foram satisfatórios. Portanto, não foi por um acaso que ficamos em terceiro lugar no Prêmio”, comemoram.

Este projeto chamado de Reveste-recicle ficou em terceiro lugar na categoria nível técnico com o tema livre. Elas ficaram atrás dos projetos Minhocas do Vale e Tratamento de Lixo Eletrônicos sendo os dois do estado de Goiás. Esta foi a primeira vez que as alunas participam de um prêmio com abrangência nacional.

Gilson Oliveira, Rondiny Moreira e Claudeir Santana, acadêmicos dos 2˚ e 3 ˚ semestres do curso de Controle de Obras do IFMT campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva, saíram na frente de várias instituições públicas de educação profissional e tecnológica e conquistaram o primeiro lugar da região Centro-Oeste, na categoria tecnólogo com o tema livre.

O projeto Blocos Pantanal foi ousado porque forçou os acadêmicos a montarem um projeto de uma empresa de cerâmica. O produto que seria comercializado era o bloco de pavimentação hexagonal feitos de material reciclado (rejeitos de construção civil). Este bloco foi feito e testado por estes alunos e por sinal, foi usado para calçar uma parte do estacionamento da escola.

Para montar o projeto o grupo fez uma pesquisa com várias empresas de cerâmica na Grande Cuiabá para saber custo, mão-de-obra, mercado, empreendedorismo e muito outros critérios. Em cima destas informações eles conseguiram formatar a estrutura da empresa Blocos Pantanal. Sem querer revelar os segredos desta nova empresa que, aos olhos da banca examinadora do Prêmio Técnico Empreendedor 2009 foi considerado como o melhor projeto, eles afirmam que não há uma empresa na capital que tenha toda uma linha de trabalho formatada como a deles. “Nosso projeto realmente mostra uma empresa modelo na área de fabricação de cerâmica, principalmente no que se refere ao custo benefício do produto”, destacou.

Os dois projetos foram orientados e coordenados pela professora Juzélia dos Santos Costa e com participação especial da professora Marli de Oliveira do IFMT. As duas equipes vão concorrer a próxima etapa que é a nacional que deverá acontecer no segundo semestre de novembro. “A fé é grande para que conquistemos, nem que seja o terceiro lugar na nacional”, acredita Claudeir Santana.

O Prêmio

O Prêmio visa estimular, reconhecer, premiar e divulgar as atividades de empreendedorismo e cooperativismo desenvolvidas pelos alunos dos cursos técnicos das Instituições de Educação Profissional e Tecnológica.

Essas práticas empreendedoras e cooperativistas se caracterizam como soluções técnicas e tecnológicas com possibilidade de se transformar em “negócio” executável pelos alunos, apresentadas em um Projeto, sob a orientação de um professor e que comprovadamente contribuam com o processo de desenvolvimento socioeconômico de suas comunidades.

Participaram unidades escolares das regiões Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste.