O informativo anual da Agência norte-americana para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), divulgado em outubro desse ano, relata e elogia o trabalho desenvolvido pelo Estado de Mato Grosso, na luta pela preservação do meio ambiente e pela sustentabilidade da floresta Amazônica. Todos os anos o programa de meio ambiente da Usaid no Brasil premia os indivíduos e organizações que tem se destacado no desempenho de atividades financiadas pela Agência, contribuindo para o manejo e integridade das florestas e terras indígenas da região Amazônica no Brasil.

A Agência, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente (Sema), conduziram uma avaliação de sistemas existentes para controlar e monitorar planos de gestão da floresta no Estado. A missão do programa ambiental trabalha com 25 Organizações não Governamentais (Ongs) que ajudam no melhoramento e na gerência da monitoração de recurso naturais, por meio de aproximadamente 2.5 milhões de hectares, na maior parte dentro das terras indígenas dos Estados de Mato Grosso, Amazonas e Pará.

Os sócios da missão forneceram o treinamento na produção agrícola, na gerência de florestas da comunidade, na gerência de recursos naturais, na conservação da biodiversidade e no desenvolvimento comunitário sustentável, para cerca de mil povos e com a ajuda de $1.4 milhão, de doadores e sócios, para empreender atividades complementares.

A Usaid/Brasil trabalha com o programa norte-americano de conservação da Silvicultura e da Biodiversidade. O programa se dedica ao estudo dos métodos naturais e artificiais de regenerar e melhorar as espécies florestais, com objetivos ao mesmo tempo, de aplicar esse estudo para a manutenção e aproveitar o uso racional das florestas.

Na manutenção e no uso racional das florestas, está inserido o trabalho desenvolvido pelo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, com a criação da Brigada Indígena, que tem a finalidade de realizar a capacitação e treinar os índios para usar racionalmente o fogo, inserido na cultura milenar desses povos. A brigada também envolve as questões da educação ambiental, visando manter a atenção permanente à formação de valores, relacionados com o uso e sustentabilidade da floresta. “Não podemos e nem queremos interferir de maneira inconsiderada na cultura do índio, apenas fazemos a correção de atitudes e ajudamos a desenvolver habilidades, para que ele identifique e aponte soluções nos próprios problemas ambientais”, disse o coordenador das brigadas, major BM Alessandro Mariano Rodrigues.

Nas Brigadas Indígenas, os índios são capacitados pelos bombeiros em três módulos de 45 dias cada e aprendem lições de primeiros socorros à confecção de abafadores e bombas costais para apagar focos de incêndio. Em uma das capacitações de 2008, 27 índios de quatro grupos étnicos da bacia do rio Xingu participaram do treinamento de prevenção e supressão a incêndios, executado pelo Instituto Raoni. Do ano passado, até aqui, mais seis treinamentos já aconteceram sob a liderança do major Mariano.

O resultado do aproveitamento do conhecimento indígena, aplicado às brigadas, apontam para uma redução de 80% nos incêndios florestais, registrados no ano de 2008 em comparação com o ano anterior. O exemplo está no resultado do trabalho da primeira brigada de bombeiros indígenas, que atua na reserva Kayapó, na divisa de Mato Grosso com o Pará.

Brigadas Indígenas - Com objetivo de preservar o local onde vivem, o governo de Mato Grosso instituiu, em 2007, a primeira brigada de prevenção e combate a incêndios em reservas indígenas do país. Criada como Termo de Cooperação Técnica firmado entre a Casa Civil e Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio do Corpo de Bombeiros, para o trabalho de capacitação com os índios.