Li, numa curiosidade de tampa de refrigerante, que se uma ovelha e um bode acasalarem nascerá uma "cabrovelha". É verdade? Sim, é verdade - até certo ponto. Uma "cabrovelha" não é o rebento do acasalamento de uma ovelha e de um bode; na verdade, é um animal que resulta da mistura física de embriões recém-formados das duas espécies e, portanto, tem quatro pais - um carneiro e uma ovelha, e um bode e uma cabra. O termo científico que designa um animal com células misturadas de duas espécies é quimera.

A primeira "cabrovelha" conhecida nasceu em 1984, após cientistas do Instituto de Fisiologia Animal de Cambridge, na Inglaterra, combinarem embriões de carneiros e bodes de quatro a oito células cada e os colocarem em úteros de ovelhas e cabras para gestação. Nasceram seis animais, mas os cientistas descobriram que apenas um deles tinha proteínas sanguíneas de carneiros e bodes. O animal apresentava áreas tanto com pelo de bode quanto com lã de ovelha.

Pesquisas posteriores na Universidade da Califórnia, na cidade de Davis, produziram diversas quimeras mais bem-sucedidas, com o objetivo de estudar processos vitais em gestações de animais de fazenda. Um híbrido real de cabra e ovelha é possível. Num verdadeiro híbrido, o material genético das duas espécies é misturado na concepção, com metade dos cromossomos vinda de um dos pais e metade do outro. Como cabras e ovelhas têm quantidades diferentes de cromossomos (60 e 54, respectivamente), o rebento resultante, se sobreviver, é estéril.