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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Parecia uma eternidade’, diz morador sobre reflexo de terremoto sentido em SP

O analista de tecnologia da informação Alessandro Mathias, de 36 anos, trabalhava por volta das 4h deste sábado (27) em sua casa, na região da Avenida Paulista, quando percebeu que o teto de seu apartamento, localizado no 12º andar de um prédio, estava se movendo. Em seguida, sentiu que a cadeira onde sentava também se mexia. Na hora, ele percebeu que se tratava de um terremoto. Mesmo com a intuição de que o tremor não tinha origem em São Paulo, ele viveu momentos de susto durante a madrugada.


“Parecia uma eternidade. Foram um ou dois minutos de tremor, mas que pareceram 15 minutos”, contou ele ao G1 nesta manhã. “Eu já tinha sentido isso outra vez, em 2004 ou 2005. Senti um leve movimento do teto, como se fosse uma gelatina se movendo, e vi o ventilador balançando. Tive a sensação de estar tonto, com algum problema de saúde, mas quando vi o teto movendo, percebi que era um terremoto.”

Moradores de São Paulo relataram ter sentido reflexos nesta madrugada do terremoto de 8,8 graus na escala Richter que atingiu a região central do Chile e provocou um alerta de tsunami.

O analista correu logo para acordar sua mãe, que mora no mesmo apartamento e também percebeu o movimento no prédio. “Fiquei ligeiramente assustado. Até me troquei, me arrumei, fiquei em alerta para se precisasse sair do prédio”, contou Mathias.

Ele contou ter esperado, junto com a mãe, que o tremor passasse. Como o movimento foi leve, e nada caiu do chão, eles resolveram não sair do apartamento. “Teve a oscilação, e quando estava parando, veio de novo, por uns 30 segundos, e parou”, contou o analista. “Estava muito fraco, e a gente sabe que o Brasil não tem essa tendência. Até pensei que poderia ter sido em outro estado, mas sabia que não era em São Paulo.”

Reflexo é normal

Os tremores relatados durante a madrugada por moradores de São Paulo são normais depois de grandes terremotos na região andina, na costa oeste da América do Sul, segundo o professor George Sand França, chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB). Segundo ele, isso acontece porque a capital paulista está localizada em uma bacia sedimentar, que amplifica a freqüência emitida pelo terremoto.

De acordo com o professor, não há perigo e riscos para a população brasileira. “As pessoas podem ficar tranquilas, não tem risco algum. A população tem que estar ciente que é uma consequência de algo que aconteceu lá no Chile, que não tem risco de nenhum prédio cair e desabar. Isso é uma possibilidade remota, e se acontecesse, não seria por causa do terremoto, e sim pela própria construção.”

Na capital paulista, moradores de Tatuapé e Mooca, na Zona Leste; Bela Vista, na região Central da cidade, e da Avenida Paulista procuram a Defesa Civil para comunicar tremores.

O Corpo de Bombeiros contabilizou chamados semelhantes na Avenida Paulista, Tatuapé, Mooca, Centro, além de ligações de moradores do Ibirapuera e do Campo Belo (Zona Sul). Defesa Civil e Bombeiros não têm registros de danos provocados pelos tremores, tampouco feridos.
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