A Polícia Federal prendeu quatro advogados, e um está foragido, durante a Operação Asafe. Eles estariam suspostamente envolvidos no esquema de venda de sentença no Judiciário mato-grossense, que vem sendo investigado desde 2007. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em escritórios de advogados e residências de magistrados.
Um dos mandados de busca e apreensão ocorreu na casa do juiz do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) Eduardo Henrique Migueis Jacob. A polícia levou um notebook, documentos e encontrou um revolver calibre 38, na casa do jurista.
Eduardo Jacob esteve na sede da Polícia Federal na manhã de hoje para fazer a doação da arma. Também foi confirmada a busca e apreensão na residência do ex-desembargador José Tadeu Cury, aposentado compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Na lista dos presos estão os advogados Alessandro Jacarandá, Rodrigo Vieira, Santos de Souza Ribeiro, Célia Cury, esposa do ex-desembargador Tadeu Cury, o empresário Cláudio Emanoel Camargo, genro do ex-desembargador, e o servidor do TJ e ex-chefe de gabinete de Cury, Jarbas Nascimento. O advogado e ex-prefeito de Alto Paraguai, Alcenor Alves de Souza, também está na lista de presos.
Duas pessoas ainda estão foragidas: o advogado Max Weize Mendonça e uma senhora da idade, que trabalha como autônoma. A PF espera que ambos se apresentem até o final da tarde.
Os envolvidos são acusados de práticas de exploração de prestígio, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha. Ao todo foram nove mandados de prisão temporária expedidos pela ministra Nancy Andrighi do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que preside o inquérito judicial. A PF também cumpre 30 mandados de busca e apreensão em escritórios de Cuiabá, Alto Paraguai e Várzea Grande.
Conforme informações obtidas pelo
Olhar Direto, a advogada Célia Cury seria a intermediadora do marido. O genro do ex-desembargador, Claudio Emanoel Camargo, foi preso em São Paulo e está se deslocando para Cuiabá.
As investigações foram iniciadas em 2007 quando a Polícia Federal em Goiás indicou situações que envolviam possível exploração de prestígio em Mato Grosso. Participam da operação 125 policiais federais e dois médicos, acompanhados de seis membros do Ministério Público Federal e 10 representantes indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil - seccional Mato Grosso (OAB/MT).
A investigação foi denominada Asafe em referência ao profeta que escreveu o Salmo 82, versículos de 1 a 8, da Bíblia, que fala sobre julgamentos.
