O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) não deverá criar uma comissão específica para investigar o servidor de carreira da instituição, Jarbas Nascimento, preso nesta terça-feira (18) durante a Operação Asafe, deflagrada pela Polícia Federal para investigar um suposto esquema de venda de sentenças no Estado.
Segundo o presidente do TJMT, José Silvério, não há razão para instaurar um dispositivo interno para investigar Nascimento, já que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já está apurando o caso. “Vamos aguardar os resultados do STJ”, disse o presidente.
Nascimento é funcionário de carreira do Tribunal e trabalhava na assessoria de gabinete do desembargador aposentado compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Tadeu Cury.
Ainda que afirme ser melhor esperar os resultados apurados pelo STJ, o presidente do TJMT diz que poderá solicitar a inclusão do caso do servidor à comissão criada recentemente no Tribunal para investigar supostas fraudes na distribuição de processos. “Vou conversar com os membros da comissão. Acredito que eles possam apurar isso sim”, declarou.
Operação Asafe
A operação Asafe foi deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (18). Os envolvidos são acusados de práticas de exploração de prestígio, corrupção ativa, passiva e formação de quadrilha. Ao todo foram nove mandados de prisão temporária expedidos pela ministra Nancy Andrighi do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que preside o inquérito judicial. A PF também cumpre 30 mandados de busca e apreensão em escritórios de Cuiabá, Alto Paraguai e Várzea Grande.
As investigações foram iniciadas em 2007 quando a Polícia Federal em Goiás indicou situações que envolviam possível exploração de prestígio em Mato Grosso. Participam da operação 125 policiais federais e dois médicos, acompanhados de seis membros do Ministério Público Federal e 10 representantes indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil - seccional em Mato Grosso (OAB/MT).
