Sob extrema pressão, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Evandro Stábile, ingressou em férias trabalhistas. O magistrado pode retornar após 30 dias, tempo suficiente para ver de longe o desfecho da sindicância interna que investiga as acusações de venda de sentenças, requerida pelos juízes federais César Bearsi e Jeferson Schneider, além de evitar a renúncia coletiva dos membros do TRE, proposta na última sessão plenária.

O desembargador Evandro Stábile e o juiz eleitoral Eduardo Jacob estão no centro das acusações de um suposto esquema de vendas de sentenças, apontado por um inquérito, até então sigiloso, do Superior Tribunal de justiça (STJ). As investigações culminaram na deflagração da Operação Asafe pela Polícia Federal na quinta-feira (18), resultando na prisão de sete advogados que negociavam as sentenças.

Como a decisão da renúncia coletiva dependia da votação de todos os membros do TRE, tanto titulares, quanto substitutos, Stábile deve ter assegurado a permanência do cargo após as férias. Por tabela, Eduardo Jacob também se beneficiará das férias do companheiro de pleno. Com o distanciamento do presidente do TRE, mesmo que por férias, os manifestos populares devem ser amenizados.

O Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE) havia solicitado um afastamento voluntário de Evandro e ainda deve ir a Brasília para solicitar a intervenção de entidades superiores para tentar o distanciamento dos investigados a fim de garantir a lisura do processo. A comitiva do movimento deve ir ao Distrito Federal nesta quarta-feira (2) e ‘cumprir agenda’ no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do STJ.


Atualizada às 18h43