Ladeado por lideranças políticas do DEM, PTB e do PSDB, o ex-prefeito de Cuiabá Wilson Santos (PSDB) usou do seu discurso na convenção,  em que foi homologado candidato ao governo, para ditar qual será a tônica de sua campanha rumo ao Palácio Paiaguás e destacou que a disputa será entre a massa popular menos favorecida contra a elite empresarial e agropecuária.

“Acredito na igualdade. Todos têm de ter os mesmo direitos”, bradou o candidato tucano, assistido por centenas de pessoas que lotavam o Ginásio Verdinho. A igualdade, várias vezes repetida durante o discurso já serviu de mote para diversas revoluções sociais, entre elas, a revolução francesa - possivelmente a mais famosa de todas -, na qual o povo derrubou a monarquia absolutista existente na época.

Não à toa, a convenção foi realizada em uma estrutura popular, localizada na Avenida do CPA, nas proximidades do popular complexo de bairros do CPA, inicio da periferia cuiabana. A trilha sonora era o pagode e o samba.

Enquanto isso, PR, PT e PMDB se reuniam no Centro de Eventos do Pantanal, nas proximidades de condomínios verticais da elite, distante de qualquer bairro da periferia. As reuniões eram em auditórios climatizados. Até mesmo houve uma pequena fanfarra, mas nada parecido com o popular samba à beira do CPA.

Dessa forma se desenha uma campanha das classes menos favorecidas, que buscam estar de igual para igual com a elite rica, representadas ironicamente pelo PSDB, enquanto o PT estará ao lado das oligarquias. Até mesmo o DEM, essencialmente composto por grandes produtores de grãos e gado, aderiu a uma linha mais popularesca.

Wilson Santos quer ser a antítese de Blairo Maggi (PR). Enquanto o republicano é símbolo de frieza lógica e desenvolvimento econômico, o tucano quer ser ícone de desenvolvimento humano e da ‘humanização da máquina estadual’. “Comigo Mato Grosso vai ganhar um governador que tem o coração na ponta da caneta”, garantiu.