Em meio às indefinições do movimento Mato Grosso Muito Mais, o pré-candidato ao Senado do PDT, o ex-procurador da República, José Pedro Taques, afirmou, há pouco, que está disposto a encarar uma disputa independente, caso seu partido entender que ele é, de fato, alternativa para o eleitorado mato-grossense.
"Serei candidato nem que for sozinho. Não posso ser candidato do eu sozinho, mas tenho que ser candidato para que o eleitor tenha uma outra opção, uma alternativa concreta. Estou disposto se o PDT quiser. Este é um momento histórico e é precisa haver percepção crítica neste aspecto. Vamos destruir com fortes argumentos o discurso e teses de nossos concorrentes", sustentou Taques, em entrevista para o
Olhar Direto.
O discurso de Taques soa como um apelo, pois ele ainda nutre esperança de que os demais líderes do movimento mantenham o propósito de também serem opções concretas para o eleitor mato-grossense.
"Está mais do que evidente que uma parcela da sociedade, sobretudo as pessoas de bem ou que têm compromisso com o menos desfavorecidos ou aqueles que sonham com dias melhores, com uma distribuição mais justa da renda, mais emprego e mais justiça social, querem ter opções distintas e o nosso movimento tem essas pessoas". Basta termos coragem, ousadia e nos colocarmos como opção para os eleitores. Começamos a fazer campanha outro dia e estamos incomodando e por isso as pressões são fortes e nossos adversários usam de subterfúgios maldosos e outros artifícios para minar nosso grupo", critica.
O ex-procurador da República, que pediu demissão do cargo justamente para disputar a senatória pelo PDT, pode ser o líder do movimento mais prejudicado caso a aliança não encontre um denominador comum que possa viabilizar o projeto político do grupo.
E os líderes do movimento ainda estão batendo cabeça. Nas últimas 48 horas, o jogo de pressões internas e externas aumentou de forma significativa no sentido de cooptar os partidos do MTMM, formado por PSB, PDT, PPS e PV.
Há todo tipo de problemas internamente e as próprias lideranças têm dificuldades para resolvê-los diantes da cabala clássica que parte dos potenciais adversários de Mendes. Hoje, o grupo liderado pelo governador Silval Barbosa voltou à carga e convidou os líderes do MTMM a reabrir novas conversações que possam resultar na acomodação dos distintos projetos dos quatro partidos do movimento.
Mendes, num dado momento hoje, teria chegado a cair no canto da sereia para ser o vice de Silval Barbosa ou o preimeiro suplente de senador de Blairo Maggi (PR), mas ainda resiste às pressões. O presidente regional do PPS, Percival Muniz, que chegou a anunciar sua desistência na disputa pelo Senado, recuou e já está disposto a retomar esse projeto.
O problema é que o tempo urge contra o movimento e a idefinição pode custar caro para quem tem a pretensão de ser uma terceira via. O certo é que muita água vai passar por debaixo da ponte neste processo sucessória e todos aguardam, entre amanhã e segunda, uma definição por parte do PDT de Taques.
"Se o PDT entender que podemos ter candidato, eu serei tranquilamente porque entendo que o eleitor precisa de uma opção, de um projeto alternativo ao que está aí", ressalta o ex-procurador, que não esconde a preocupação de ter seu tapete puxado por conta da cooptação das forças do movimento.
Atualizada às 03h23/Segunda atualização e correção às 08h21