O clima criado em torno do primeiro debate entre os candidatos ao governo do Estado, realizado pela TV Cidade Verde, afiliada da Band, na noite de ontem, de um possÍvel "massacre" do governador Silval Barbosa (PMDB), candidato a reeleição, pelos seus principais oponentes - Wilson Santos (PSDB) e Mauro Mendes (PSB) - não aconteceu como era a expectativa quase geral. Embora tenha apresentado certo nevorsismo ( era o seu primeiro debate), o candidato peemedebista surpreendeu ao mostrar, primeiro, conhecimento e, segundo, reagir com serenidade as acusações que sofreu durante todo o evento.
Os seus adversários adotaram a polÍtica de "destruir para construir", o que acabou beneficiando o peemedebista. As pesquisas qualitativas feitas por todos eles, segundo informações, apontaram que o tucano foi o que mais perdeu com o debate, enquanto Silval Barbosa e Mauro Mendes foram beneficiados. Já o candidato do PSOL, Marcos Magno, foi o franco atirador e, mesmo tendo cumprido o seu papel, quase não foi "percebido" pelos eleitores.
Apesar do modelo adotado pela Cidade Verde abrir possbilidade para os candidatos apresentarem propostas, quase nenhuma foi feita e, o que é pior, alguns temas importantes para Mato Grosso sequer foram cidatos ou, quando muito, comentado apenas de relance. Parece, por exemplo, que Cuiabá não será uma das sedes da Copa de 2014, que o Estado não enfrenta problemas com meio ambiente e segurança pública, assim por diante. Apenas Saúde, Educação e Infra-estrutura entraram na pauta das discussões, mesmo assim sem um aprofundamento necessário.
Os três principais candidatos chegaram a conclusão óbvia de que é preciso melhorar a Saúde e Educação, mas não apresentaram propostas concretas para esses dois setores. O que se viu foram apenas discursos estéreis e sem objetividade. No setor de infra-estrutura, o único a defender logÍstica de transportes foi o peemedebista, ao mostrar a importância do sistema intermodal (rodovia, ferrovia e hidrovia).
O forte de Mauro Mendes no debate foi defender a criação de 200 mil empregos e tentar mostrar para o eleitorado que�é diferente que os demais postulantres ao Palácio Paiaguás (não sei se conseguiu). Já o de Wilson Santos foi a retórica, enquanto o de Marcos Magno o cunho ideológico. Por sua vez, Silval Barbosa marcou a sua participação pela serenidade.
O ponto fraco do tucano foi, primeiro, a agressividade e, segundo, violar as regras, o que mostrou certo desespero. Aliás, parece que, a exemplo do candidato do PSDB a Presidência da República, José Serra, Wilson Santos sofreu também a sÍndrome da escada, ou seja, pensa uma coisa quando sobe e esquece quando desce. No primeiro debate, o seu desempenho ficou muito aquém do esperado. Já o problema do socialista foi ter passado, em certos momentos, arrogância e prepotência. O estilo de Mauro Mendes, com voz empostada, ás vezes, devido a sua autoconfiança, passa um certo menosprezo com os seus adversários.
Por sua vez, o peemedebista mostrou nevorsismo em algumas ocasiões, levando a gaguejar, indicando certa insegurança. O fato de ter participado, pela primeira vez de um debate pela televisão, levou Silval Barbosa a tentar compensar a situação fazendo algumas tiradas, mas era perceptível o seu desconforto. O candidato do PSOL sofreu em tentar "vender" o seu projeto ideológico. Marcos Magno conseguiu algumas tiradas interessantes, mas a sua presença foi praticamente ignorada.
Nesse primeiro "round", Silval Barbosa não só conseguiu se manter em pé como ganhou alguns pontinhos, o que mostra que Mauro Mendes e Wilson Santos vão brigar entre si para ver quem enfrenta o peemedebista no segundo turno. Se o ritmo dos próximos debates for igual ao de ontem, o socialista vai ganhar do tucano.
Os quatro candidatos vão ainda participar de debates na TV Record, no dia 20 de agosto, e na TV Centro América (afilia da Globo), no dia 28 de setembro.
