O primeiro confronto entre os candidatos a senador e que Pedro Taques (PDT) fez questão de participar durou por cerca de duas horas. O programa foi transmitido pela TV Rondon, afiliada ao SBT, Canal 5, na noite deste último sábado (19).
O mediador do debate, jornalista Sérgio Utsh, correspondente internacional do SBT Brasil, iniciou o programa informando a ausência de dois postulantes ao cargo de senador pela Coligação Mato Grosso em Primeiro Lugar I. Taques, o primeiro a chegar à emissora, se mostrou tranquilo. Também participaram do confronto Naildo Lopes (PV), o Procurador Mauro (PSOL), Jorge Yanai (DEM) e Antero Paes de Barros (PSDB).
Taques lamentou a ausência dos dois concorrentes. Declarou considerar seus adversários arrogantes por não comparecem. “Candidato que não comparece a debates é um candidato arrogante e será um senador arrogante”, avaliou. “Confirmar presença e depois não participar é um desrespeito ao eleitor”, criticou Taques ao final do evento.
O candidato Naildo Lopes questionou o ex-procurador da República sobre questões inerentes ao agronegócio. Para Taques, o agronegócio é muito importante para o Estado, contudo não deve ser tratado como se fosse o único setor a gerar capital em Mato Grosso. Ponderou que os pequenos produtores devem ser direcionados por leis específicas, assim como os grandes produtores. “Leis diferentes para os diferentes”, disse.
Taques aproveitou a oportunidade para explicar os motivos pelo qual se candidatou ao Senado. Destacou que se deparou com muitas leis que só puniam o pobre e o negro e não aos poderosos. “Fiquei 15 anos no Ministério Público e nunca vi um corrupto ficar na cadeia”, pontuou. Também opinou que não interessa a profissão do representante da população no Senado e que não pode haver distinção de profissão.
O ex-procurador foi questionado pelo candidato tucano sobre o motivo pelo qual determinou a paralisação das obras da hidrovia Paraguai/Paraná. Taques foi taxativo ao garantir ser favorável ao projeto. Emendou que é contra ela ser implantada sobre a ilegalidade. Taques lembrou que a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fema – hoje Sema) não poderia realizar o estudo de impactos ambientais e que essa deveria ser uma atividade do Ibama.
Taques exemplificou que a hidrovia deveria ser gerida em âmbito federal e está ai a necessidade do aval do órgão ambiental federal. O pedetista completou sua síntese afirmando “não ter vergonha do seu passado. “Não escondo o meu passado. Mas, existem candidatos que escondem o seu passado. Defendo a hidrovia sim, mas dentro da lei”, declarou.
Defendendo a renovação no Senado e leis mais justas e equivalentes, Taques se comprometeu a lutar pela regulamentação das mais de 16 mil leis ambientais. “É muita burocracia que é o pai e a mãe da corrupção”, disse. Acrescentou que os produtores não possuem segurança jurídica. No penúltimo bloco, Taques pediu que o candidato Antero elencasse o que fez contra a corrupção enquanto senador. Taques ressaltou que o eleitor precisa refletir sobre o que os políticos já fizeram contra atos ilegais.
Já nas considerações finais lembrou que teve sua vida transformada pela educação e que esta é a saída para os problemas da sociedade. “Já tentaram me matar, já tentaram me comprar e tentaram que eu não me candidatasse. Precisamos mudar a política e fazer dela uma coisa séria”, disse. “A ideia é a verdade e o tempo é agora. A ideia é a honestidade. A ideia é o cumprimento dos compromissos e não só falar, falar, falar e nada fazer”, emendou. Encerrou pedindo votos.
Com o debate encerrado, no pátio da TV Taques foi cumprimentado por pessoas que ali assistiram ao programa. Um dos convidados pela direção jornalística do canal 5 foi o promotor Domingos Sávio. O membro do Ministério Público reforçou o entendimento de que o debate é um instrumento de democracia eleitoral. “A ausência de candidatos com certeza causa uma lacuna no debate. De qualquer maneira, o encontro entre os candidatos que aconteceu hoje foi válido”, analisou o promotor.
