Duas empresas classificadas em licitação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para instalar radares e lombadas eletrônicas em Mato Grosso, a Consilux e a Eliseu Koop, estão entre as denunciadas no “Fantástico”, da Rede Globo, de formarem a “máfia dos radares” no Sul do país.

A reportagem revelou como uma máfia transformou a compra de equipamentos para controlar a velocidade dos carros em uma farra de fraudes e negociatas, com movimentação de R$ 2 bilhões por ano.

Olhar Direto constatou, em consulta à licitação do Dnit, finalizada em dezembro, para instalação de 2.696 radares em todo o Brasil, sendo 221 em Mato Grosso, que a Eliseu Koop foi vencedora do lote 01. O preço foi de R$ 73.339 milhões – deságio de 37,15% em relação ao preço estimado pelo Dnit. O lote prevê a instalação de radares fixos em Mato Grosso, Rondônia e Acre. Em Mato Grosso são 41 radares fixos nas BRs 070, 163, 158, 174 e 364.

Já a Consilux, em parceria com um consórcio, foi a vencedora do lote 03, por R$ 68.3 milhões – deságio de 44.7% - que prevê a instalação de medidores de velocidade em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Em Mato Grosso são 18 peças a serem instaladas na BR-364.

O processo licitatório iniciado em outubro de 2009 foi concluído em dezembro de 2010, com a redução de 44% no preço do serviço a ser executado. Quando abriu o edital o Dnit estimou o investimento em R$ 1,4 bilhão, mas com a concorrência que considerou melhor técnica e menor preço, os valores ficaram em R$ 804,7 milhões. Os recursos para implantação e operação dos equipamentos constam do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC.