O empresário Mauro Mendes (PSB), candidato derrotado na disputa pelo governo do Estado nas eleições do ano passado, negou qualquer intenção em sair da agremiação socialista para retornar ao PR, como foi ventilado por parte da mídia, mas admitiu uma tensão no relacionamento com o deputado federal Valtenir Pereira, presidente regional do partido.

"Tudo não passa de fofocas. Algumas até maldosas. Não penso em deixar o PSB, embora tenha problemas com o deputado Valtenir, o que é até normal dentro de qualquer partido. Qual partido não tem problemas internos ? Todos. Mas afirmar que vou deixar o PSB para voltar ao PR é fofoca", assinala Mendes, em entrevista ao Olhar Direto.

De acordo com o que Mauro Mendes chama de "fofocas", a reaproximação dele com a sigla republicana estaria sendo costurada pelo senador Blairo Maggi, de quem é amigo pessoal.

Em relação ao seu encontro com Maggi, Mendes explicou que havia se encontrado com o parlamentar em outro Estado e foi convidado para uma visita no gabinete no Senado. "Eu fui no gabinete dele (de Maggi) e até o Ricardo Teixeira (presidente da Confederação Brasileira de Futebol - CBF) estava lá. Foi uma visita de cortesia. Só isso", declarou. 

A despeito de Mauro Mendes negar a possibilidade de ele deixar o PSB, ela existe e ganhará corpo caso não haja um entendimento de alto nível com Valtenir Pereira.
 
Ambos os líderes têm resistido em conversar politicamente de forma madura, o que é lamentável e péssimo para o PSB, porque o partido vem numa forte ascenção após o resultado final do pleito de 2010.

Nos bastidores, alguns cardeais socialistas já tentaram uma aproximação entre Mendes e Valtenir, mas não houve avanços e a intransigência permanece em meio à imaturidade.

Já a transferência de Mendes para o PR contaria com o apoio de alguns caciques republicanos, mas outros líderes de alta patente rejeitam o retorno do empresário à agremiação porque consideram-no como um oportunista e outros como traidor.
 
Mendes deixou o PR e filiou-se ao PSB justamente para ser candidato a governador. Durante a campanha, foi forte crítico do governo Blairo Maggi-Silval Barbosa e se pautou pela denúncia sistemática dos desmandos praticados pelos agentes políticos liderados por Maggi e Silval. O caso mais rumoroso foi o escândalo dos maquinários, no qual mais de R$ 44 milhões foram surrupiados dos cofres públicos estaduais.