A Comissão de Ética do Partido dos Trabalhadores (PT) se reúne neste sábado (14) para dar o parecer do relatório sobre a acusação de infidelidade partidária da ex-senadora Serys Slhessarenko. Ela é acusada de ter traído a sigla nas eleições do ano passado e não ter apoiado o então candidato ao Senado Carlos Abicalil (PT).

Serys e Abicalil disputaram internamente o direito de disputar uma cadeira no Senado Federal. Na época, o então deputado federal Carlos Abicalil venceu as prévias e Serys, que teria preferência pela reeleição, foi impedida de concorrer.

A ex-senadora se lançou candidata à Câmara dos Deputados e é acusada de ter apoiado um candidato adversário do PT ao Senado, além de não ter feito referência ao petista nos materiais gráficos da campanha.

A partir do relatório, a Comissão de Ética encaminha ao diretório do partido a convocação do julgamento sobre a expulsão ou não de Serys.

O advogado e filho da ex-senadora, Alexandre Slhessarenko, acusa a comissão de não ouvir as testemunhas e nem a defesa, pois alegam que os prazos para apresentar as alegações de Serys foram perdidos.

De acordo com o advogado, a convocação para depor foi entregue ao porteiro do prédio da residência de Serys em Cuiabá, mas a ex-parlamentar, atualmente, reside em Brasília e nega a legalidade do ato. “O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem decisões contrárias à entrega de citação para terceiros. Nestes casos somente a pessoa citada pode receber o documento”, explicou.

Para Serys Slhessarenko a expectativa é que haja justiça e reconheçam que não houve nenhuma prática de traição partidária. “Não tenho mais o que fazer, é só esperar por justiça”. Ela nega qualquer outro projeto político fora do PT.

O deputado estudual Alexandre César, que faz parte do diretório do partido e pertence ao grupo de Abicalil, adversário de Serys, afirma que a expectativa é pela conclusão do processo e que por questões de méritos não pode opinar sobre a conclusão que deve ser tomada.

Cinco pessoas compõem a comissão de ética do PT, sendo duas pertencentes ao grupo de Serys e três ao grupo de Abicalil. O presidente da comissão de ética, Amilton Silva, não foi encontrado para comentar o assunto.