O presidente regional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputado Ságuas Moraes, aposta todas as suas ficha no entendimento entre as correntes políticas do partido durante a reunião do diretório regional, no dia 29, para colocar uma pá de cal no processo de expulsão da ex-senadora Serys Slhessarenko. Segundo ele, a briga que começou com Serys e Carlos Abicalil provocou uma sangria que, se não for estancada, pode afundar o partido em Mato Grosso
“Temos um processo que provocou uma sangria e essa ferida continua aberta e a sangria continua até que a gente possa nesse encontro tomar uma decisão. Espero que essa decisão seja no sentido de estancar a sangria e projetar cicatrização dessa ferida. Se o PT não fizer isso, o partido vai se afundar cada vez mais. Essa é a compreensão que eu tenho e neste sentido eu sou contra a expulsão da senadora, vou trabalhar pela não expulsão dela”, declara.
Ságuas entende que a manifestação de Serys de não querer abandonar o partido pode provocar ainda mais desavenças. Segundo ele, a petista recorrerá ao diretório nacional caso o regional aprove a sua expulsão. Ságuas acredita que se isso ocorrer, o ambiente dentro do PT ficará insuportável.
“Ela já disse em várias ocasiões que não pretende sair do Partido dos Trabalhadores. Se ela não vai sair, dependendo da penalidade imposta pelo diretório regional, ela vai recorrer no diretório nacional. E qual será a decisão do diretório nacional? Nós não sabemos, mas pode, por exemplo não acatar a expulsão dela. E se isso acontecer, aí nós perdemos a oportunidade do diálogo e do entendimento lá no Estado, o que acirra mais ainda o clima. Daí vamos enterrar o Partido dos Trabalhadores e eu não quero isso”, justifica.
Responsável por apaziguar os ânimos, o parlamentar espera que o mínimo que se pode obter dentro do partido é a unidade, se não o entendimento. Ao demonstrar preocupação com as eleições municipais do ano que vem, ele espera já ter contornado esta celeuma na reunião do dia 29, que vai anteceder a realização de 18 encontros regionais visando as eleições de 2012.
“Se nós queremos olhar pré frente e retomar o crescimento e fortalecimento do partido, nós temos que minimamente encerrar com este processo no dia 29 e garantir o diálogo entre as forças políticas e um mínimo de entendimento para que a gente possa reconstruir o partido nos próximos anos”, ressalta o parlamentar.
Na próxima reunião do diretório regional, os 47 membros decidem se acatam ou não o parecer produzido pela comissão de ética, agravando ou atenuando as penalidades contra a ex-parlamentar petista. “A unidade não significa todo muito pensando igual. O PT sempre teve muitas divergências de idéias dentro de suas diversas correntes de pensamentos, porém tem unidade em ação”, conclui.
