“O vereador é o senador municipal”. A afirmação é do senador Francisco de Assis de Moraes Souza (PMDB), conhecido como Mão Santa. Em entrevista exclusiva ao
Olhar Direto, o parlamentar destaca a importância do vereador e fala sobre o tema de sua palestra que será ministrada durante o Congresso de Vereadores nesta sexta-feira, às 17h, no Centro de Eventos Pantanal.
Polêmico, o senador diz que a palestra “A formação do legislador municipal” ocorre em momento oportuno, principalmente, pela polêmica sobre o número de vereadores por cidade, que é um assunto atual. “O vereador é o primeiro a ter contato com o povo. Nós temos que nos preocupar com o vereador. Ele é o primeiro que representa a política”, declarou.
Mão Santa destaca ainda que a polêmica é em vão, pois no artigo 29 da Constituição Federal aponta quantos vereadores devem existir e aproveita para criticar o judiciário; “O judiciário entrou, mexeu e foi legislar sobre os vereadores, agora não se sabe mais. Fizeram a fidelidade partidária. Só que você pode sair até de um casamento, como não pode sair de um partido?”, questiona.
Sem travas na língua, o parlamentar diz que o povo foi enganado pela mídia, pois apesar da redução de vereadores, não houve diminuição no repasse. “Tem vereadores ganhando o mesmo que um senador”, contou. Mão Santa revelou ainda que apenas duas Câmaras Municipais, das mais de 5 mil cidades, devolveram recursos.
“A zorra foi causada pela ignorância do judiciário. O artigo 29 da CF prevê tudo. Tem município com 600 eleitores e nove vereadores, então é mais de um para cada 100 eleitores. Por outro lado, há cidades com 30 mil e apenas nove. O judiciário num momento tresloucado limitou o numero de vereadores. Eles (os magistrados) não são julgados. Nos que somos julgados pelo povo. Eles são nomeados”, esbravejou-se.
Apesar de das inúmeras críticas, Mão Santa cobra harmonia entre os três poderes e que se dê mais atenção aos vereadores, pois é através deles que tudo começa. “O poder Executivo tem muito dinheiro, o judiciário tem o poder punitivo e a gente (senadores) só tem o parlamento, o debate, a discussão, mas entendo que somos mais que eles. Os poderes foram criados para um ficar olhando para o outro, porém com harmonia, sem se agarrar”, finalizou.
