O senador Jaime Campos (DEM-MT) subiu à tribuna do Senado, neste 15 de maio, para comemorar os 145 anos de fundação de Várzea Grande. Em tom poético, lembrou das raízes históricas e familiares que possui com o município, enalteceu o crescimento econômico de Várzea Grande, que atualmente com mais de 250 mil habitantes, mas lembrou dos péssimos índices sociais verificados no município.
Jaime disse que o município contribui com a terceira maior arrecadação de tributos de Mato Grosso e que, segundo levantamento do IBGE de 2009, Várzea Grande posiciona-se entre os 160 municípios com o maior Produto Interno Bruto do Brasil. Mas lamentou, no entanto, que apesar da economia ser competitiva e virtuosa, a cidade está refém da violência e tem baixos investimentos na área de saúde.
"Nossa vizinha Cuiabá experimentou um crescimento demográfico da ordem de 13,2% nos últimos dez anos, enquanto Várzea Grande chegou a um número superior aos 17,3% nesse mesmo período. Tal explosão populacional pouco contribuiu com a melhoria das condições de vida de nossa gente; ao contrário, o índice de criminalidade está assumindo proporções insustentáveis", sublinhou.
Ele citou dados levantados pelo Estudo Global de Homicídios, do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes, e o Mapa da Violência de 2012, divulgado pelo Instituto Sangari, na última semana, em parceria com os ministérios da Justiça e da Saúde, que colocariam a cidade como o quarto país mais violento do mundo se fosse um estado independente.
Ao defender a necessidade de uma mudança nos rumos da política municipal, Jaime disse que o município vive há sete anos uma crise política sem precedentes. "Chegamos a ter três prefeitos em menos de dez dias no comando do paço. Os reflexos deste desacerto institucional acabaram repercutindo na qualidade da gestão da cidade. A saúde, a educação e a estrutura urbana vivem próximas do caos", disparou.
Para o senador, Várzea Grande se perdeu em arengas políticas, disputas paroquiais em que a população foi a grande vítima, ficando sem investimentos e sem obras públicas. Ao lembrar ter sido prefeito três vezes de Várzea Grande, Jaime afirmou ter feito questão de entregar ao sucessor todas as certidões contendo a absoluta regularidade fiscal do município.
"Deixei as folhas salariais e os fornecedores todos quitados. Não quero me vangloriar desta atitude, apenas cumpri com minha obrigação. Quero apenas alertar a comunidade várzea-grandense para os riscos daqueles que apresentam o discurso fácil. Muito falam, mas pouco realizam. Várzea Grande é uma ponte que liga o passado de uma gente gloriosa ao futuro de uma nação rica e próspera. Várzea Grande é do tamanho dos sonhos de quem lá vive. Parabéns à minha gente várzea-grandense!"concluiu.
