O deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT) repercutiu na Câmara a produção de girassol em Mato Grosso, a maior do País, responsável por 65% da safra brasileira. A produção estimada do estado na safra 2011/2012 é de 61 mil toneladas, representando um aumento de 24 % em relação à safra anterior, quando foram produzidas 49 mil toneladas.

No Brasil, foram cultivados 67,9 mil hectares da oleaginosa, cuja colheita está estimada em 94,6 mil toneladas, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 13,8 % superior à safra passada.

“Gostaríamos de parabenizar os produtores de girassol de Mato Grosso pelo avanço no plantio e produção dessa cultura, já que praticamente esse crescimento advém do estado”, disse Bezerra.

O deputado observou que, aproximadamente 85% da área cultivada situa-se no entorno de Campo Novo do Parecis, a 397 km da capital, Cuiabá. A oleaginosa se mostra como uma alternativa rentável para a entressafra da soja e do milho em Mato Grosso.

Carlos Bezerra ressaltou que o girassol se adaptou na região porque encontra nela o volume necessário de chuva para que se desenvolva e não corre o risco de ser atacado pela Sclerotinia, doença causada pelo fungo que inviabiliza as plantações na safrinha do Sul do País, conforme reportagem publicada no jornal Valor Econômico.

Na região de Campo Novo do Parecis há, também, produtores que investem no girassol alto oleico, tipo especial da planta que produz um óleo sem gordura trans, considerada nociva à saúde, e que por esse motivo passou a atrair o interesse das indústrias de alimentos processados.

O óleo extraído do girassol é considerado um produto nobre e tem uma demanda grande no mercado. O resíduo das sementes, após a extração do óleo, tem boa concentração de proteína e fibras, podendo ser usado na alimentação de vacas leiteiras e para a engorda de suínos.

Parte significativa da produção de girassol é utilizada na alimentação de pássaros. O farelo, obtido mediante a prensagem do grão, é excelente ração para o gado, aves e suínos. Outro subproduto da oleaginosa é o glicerol, largamente utilizado na indústria de cosméticos.

“Esperamos que o governo crie incentivos para a expansão da produção de girassol em nosso Estado, que atualmente não consegue atender à demanda do setor de alimentos. Vale lembrar que essa também poderá ser uma alternativa para a fabricação de biocombustível”, afirmou Bezerra.

Entretanto, o deputado lembrou que Mato Grosso é o estado que mais consome fertilizantes no País, cerca de 21% do total. O consumo de fertilizantes está ligado principalmente à extensão da área plantada, de 9,5 milhões de hectares, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

“Estamos preocupados pelo fato de que, aproximadamente, 43% dos fertilizantes comprados pelos produtores do Estado na safra 2011/2012, de acordo com dados da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), apresentam algum tipo de irregularidade”, disse.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tolera no máximo 10% de irregularidades nos fertilizantes entregues pelas indústrias.

“Apoiamos, portanto o pleito da Aprosoja, que realizou um estudo em 79 amostras, no sentido de que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento realize uma fiscalização mais ampla e mais ágil, sob pena de comprometer a safra de grãos de nosso estado”, afirmou.