O governador Silval Barbosa pode ter que travar um "duelo" com seu próprio partido, o PMDB, o PR e o PSD pela "repartição" do poder no ajuste administrativo da máquina, com viés para a eleição de 2014. O foco é o cumprimento de projetos assumidos com eleitores, como as obras da copa e urbanização da cidade. Na mudança pretendida, estão as trocas dos secretariados e mexida no segundo e terceiro escalão do governo para agilizar processos internos.

O governador e aliados compreendem ser necessário uma "oxigenação" ou balançada na estrutura de mando de Mato Grosso. O cenário e tendência de rumo do governo foi confidenciado por fontes palacianas. E endossada pelo presidente do PR, deputado federal Wellington Fagundes, que se reuniu nesta segunda-feira com Silval.

"O PR pode abrir mão, como falamos na reunião pela manhã. Inclusive para ampliar a base. Pode ser para o PSD", revela Fagundes. "Nós temos um projeto político. Apresentamos para ele hoje de forma oficial. O PR tem um candidato a governador, que é o senador Blairo Maggi", conta.

O partido colocou os sete cargos de secretarias ou autarquias com peso de secretaria para Silval reorganizar a máquina travada do Estado, como admitiu nesta mesma segunda-feira o presidente da Assembleia, José Riva, e o vice-governador Chico Daltro, ambos PSD. Para eles, o governo "está travado".

As medidas drásticas poderão criar ambiente para Silval encerrar o mandato com gás suficiente para se catapultar para a disputa daqui dois anos e cumprir promessas importantes, como capacitação de mato-grossenses para gerar mais emprego e finalizar obras da copa.

As mudanças do secretariado, diz Wellington, são cobradas há muito tempo e tem aval e comprensão do líder maior da sigla, o ex-governador e senador licenciado Blairo Maggi (PR).

"Nós entendemos que a maioria do secretário do PR, são secretários que já veio do governo Blairo. Nós entendemos que é muito tempo. O próprio Blairo colocou hoje que a mudança é salutar. Ele disse inclusive na reunião que ele errou", explica o deputado federal. ás vezes em demorar em entender que a mudança traria prejuízo. "Ele acha que às vezes ficar um secretário muito tempo, isso traz uma acomodação. Traz, às vezes, desgaste".

PMDB

O presidente estadual e cacique do PMDB de Silval, deputado federal Carlos Bezerra, mostra bem o que significa a chacoalhada que o governo precisa fazer. Ele desconversa, diz que Silval ainda não conversou com ele e que vai aguardar. "Depende a proposta que o governador vai fazer. Não sei a proposta. Vamos aguardar as coisas", afirma lacônico.

Mas aponta algumas trincas na relação do governo e seus aliados. "Parece que a reclamação do PR não é com o tamanho do secretariado. É com relação à participação do partido na indicação das pessoas. Eles querem que as pessoas ajudem a partido", reforça descontentamento de republicanos.

"Tenho ouvido deputados nesse sentido, o desalinhamento do secretário e o partido. Eu acho que essa é principal", comenta.