Há menos de 20 dias do encerramento dos trabalhos legislativo municipal e com a operação Aprendiz, que determinou mais um afastamento da presidência João Emanuel, os vereadores de Cuiabá se reúnem na sexta-feira (28) no final da tarde para deliberarem sobre medidas a serem adotadas com a investigação policial e de trato administrativo na Câmara Municipal de Cuiabá.

Gaeco investiga organização criminosa instalada na Câmara de Cuiabá e nega intenção de atingir sogro de João Emanuel

“O que nós programamos é no final do dia, os 25 vereadores nos reunirmos, na presidência, e tomarmos decisões de cunho administrativo. Deliberamos isso hoje, porque todos amanhã durante o dia vamos ao MP prestar esclarecimentos. Vamos discutir como trabalhar e como tocar a Câmara”. A fala é do vereador Allan Kardec (PT). Ele foi intimado a prestar esclarecimentos ao MP às 8h, de sexta-feira. 

O vereador considera o desenvolvimento da ação como sendo de ‘efeito midiático’ e pontua acreditar em viés político.

“O que a gente critica é a maneira midiática como isso acontece. Sites, jornais sabem mais do que os vereadores de tudo o que vem sendo investigado. O próprio MP decretou o nome da operação, Aprendiz. O que isso quer dizer? Acredito em viés político, sim. Acredito que o Ministério Público é um órgão de controle sim, tem ações sérias, como a atuação para a redução do preço da passagem do ônibus, mas em alguns casos, exagera”, completa.

A operação Aprendiz foi desencadeada na manhã de hoje (28.11) pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e oito mandados de busca e apreensão estão sendo realizados sendo eles na Câmara Municipal de Cuiabá, na residência do presidente João Emanuel, na gráfica Propel, no cartório Segundo Serviço Notarial e Registral de Várzea Grande, em um escritório de contabilidade, e três residências na capital.

De acordo com o Gaeco, o presidente da Câmara Municipal, João Emanuel Moreira Lima, estaria envolvido em um esquema de falsificação de documentos de terrenos. Os imóveis estariam sendo usados em garantia para agiotas na captação de dinheiro para sua futura campanha de Deputado nas eleições em 2014. Segundo o Gaeco, os terrenos seriam pagos aos proprietários com oferta de participação em processos licitatórios fraudados na Câmara Municipal.