O vereador João Emanuel (PSD), alvo principal da Operação Aprendiz – desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) na última semana – emitiu nota nesta segunda-feira (2) em que afirmou que depois de tomar conhecimento dos depoimentos do inquérito e dos envolvidos na história da gravação em que aparece negociando licitações da Câmara Municipal, teve a certeza a certeza da origem e dos interesses que estão por trás da ação do Gaeco e que ficou claro o interesse político de interferência no Parlamento Cuiabano.
“Até ontem suspeitávamos a conotação política da operação. No entanto, ao tomar conhecimento do depoimento do policial lotado no setor de inteligência do Palácio Alencastro, tivemos a certeza da origem e dos interesses que estão por trás da ação do GAECO. Considerando o depoimento do servidor da prefeitura e o claro envolvimento do secretário e do advogado José Antônio Rosa, saio dessa crise maior do que entrei, porque nitidamente demonstrado o interesse político de interferência no Parlamento Cuiabano”, afirma em trechos da nota.
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Segundo o vereador, não conseguindo afastar o presidente em sessão clandestina, o Secretário de Gestão, Pascoal, juntamente com o advogado do prefeito Mauro Mendes, teriam articulado grampo numa suposta vítima de compra e venda particular de imóvel.
“Em período de trabalho, remunerado pelo erário, o policial obedeceu as ordens do secretário municipal de gestão e atendeu orientação do advogado que havia fracassado judicialmente na tentativa de validar o afastamento”, disse ele ao imputar a culpa pela armação ao advogado José Rosa e deixar subentendido que as ordens viriam do Palácio Alencastro.
Segundo ele, o vídeo em questão, além de ser produto de uma ação política, é clandestino, porque foi providenciado por terceiros que não a própria suposta vítima. Ainda de acordo com João, conforme o depoimento do policial, foi o próprio secretário quem encaminhou o material nitidamente editado ao procurador Paulo Prado.
Confira a integra da nota abaixo:
O vereador João Emanuel, ao tomar conhecimento dos depoimentos do processo do qual foi vítima, tem a declarar:
1 – Até ontem suspeitávamos a conotação política da operação. No entanto, ao tomar conhecimento do depoimento do policial lotado no setor de inteligência do Palácio Alencastro, tivemos a certeza da origem e dos interesses que estão por trás da ação do GAECO;
2 – Não conseguindo afastar o presidente em sessão clandestina, o Secretário de Gestão, Pascoal, juntamente com o advogado do prefeito Mauro Mendes, articularam grampo numa suposta vítima de compra e venda particular de imóvel;
3 – Em período de trabalho, remunerado pelo erário, o policial obedeceu as ordens do secretário municipal de gestão e atendeu orientação do advogado que havia fracassado judicialmente na tentativa de validar o afastamento.
4 – O vídeo em questão, além de ser produto de uma ação política, é clandestino, porque providenciado por terceiros que não a própria suposta vítima. Conforme o depoimento do policial, foi o próprio secretário quem encaminhou o material nitidamente editado ao procurador Paulo Prado.
5 – Considerando o depoimento do servidor da prefeitura e o claro envolvimento do secretário e do advogado José Antônio Rosa, saio dessa crise maior do que entrei, porque nitidamente demonstrado o interesse político de interferência no Parlamento Cuiabano.
Vereador João Emanuel - PSD
Outro lado
Também por meio de nota, a Prefeitura de Cuiabá negou, ainda na sexta-feira (29), qualquer envolvimento com a gravação. "Consideramos mera tentativa de uma velha estratégia de desviar o foco das graves denúncias que estão sendo investigadas", afirma a nota.
Confira abaixo a íntegra do posicionamento da Prefeitura de Cuiabá.
Diante dos fatos revelados pela imprensa até o momento sobre a “Operação Aprendiz”, desencadeada pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE/MT) por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) para apurar os crimes de improbidade administrativa, fraude em licitação, fraude de documentos públicos e formação de quadrilha, entre outros, atribuídos ao presidente afastado da Câmara de Cuiabá, Sr. João Emanuel, a Prefeitura Municipal de Cuiabá esclarece o que segue:
A) A Prefeitura Municipal de Cuiabá foi notificada na tarde desta sexta (29.11) do Procedimento Investigatório Criminal (PIC) 21/2013, do Gaeco, – “para conhecimento e providências que entender cabíveis”.
B) A Prefeitura acompanhará o caso com atenção, espera que todas as denúncias sejam apuradas e que os culpados sejam exemplarmente punidos na forma da lei.
C) Quanto às insinuações de “armação política”, consideramos mera tentativa de uma velha estratégia de desviar o foco das graves denúncias que estão sendo investigadas.