“A história de alguém não pode ser jogada na lama por causa do começo de uma investigação”. A declaração é o deputado federal Wellington Fagundes, presidente regional do PR, sobre o fato de o juiz Julier Sebastião, considerado como reserva moral da Justiça em Mato Grosso, ser investigado pela Polícia Federal na “Operação Ararath II”.
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Para Fagundes, se tornou comum, no Brasil, execrar alguém publicamente devido a inquéritos ou processos em fases iniciais, sem que haja culpa comprovada. “Costumo trabalhar com a pressuposição da inocência. Ainda mais com pessoas competentes e sérias, como o Julier”, afirmou, ao comentar sobre possíveis prejuízos a imagem do juiz federal, devido ao fato de ter tido a casa e o gabinete alvos de busca e apreensão da Polícia Federal.
Ainda segundo ele, um fato preponderante para prejudicar a imagem de alguém é a lentidão nas investigações e na morosidade nos processos judiciais. O deputado federal acredita que se você é investigado com celeridade e comprova a inocência, o assunto é encerrado sem causar dano a moral. Contudo, se o processo se arrastar por anos, a dúvida vai pairar sobre a pessoa de forma negativa.
“O problema maior é a demora. Justiça lenta, demorada, é injusta na verdade. E hoje o nosso sistema permite isso. O Judiciário está atolado com coisas pequenas, miudezas ocupando os ministros do STJ e do STF”, disse Fagundes.
Asegunda parte da Operação Ararath e cumpre ao todo sete mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, na cidade de Cuiabá. Segundo informações da Polícia Federal, a investigação tramita no TRF 1ª Região em razão do possível envolvimento de um magistrado nos crimes em apuração, os quais guardam relação com a Operação Ararath, deflagrada recentemente por ordem da Justiça Federal da Seção Judiciária do Mato Grosso.