Reafirmando ser alvo de uma ação orquestrada com viés político, o vereador João Emanuel (PSD) renunciou há poucos minutos à presidência da Câmara de Cuiabá, durante entrevista coletiva. Emanuel é investigado pelo Ministério Público Estadual em um esquema de “grilagem de terras”. Ele falsificaria documentos públicos de imóveis e os utilizava como garantia para agiotas, a fim de captar recursos para campanha eleitoral de 2014, na qual concorreria ao cargo de deputado estadual.
Alvo de operação do Gaeco, João Emanuel anuncia renúncia da Presidência da Câmara Municipal
Com expressão muito abatida, ele declarou “isso tudo há demonstra claramente uma vontade de antecipar o período eleitoral. O vídeo foi manipulado e truncado. Eu gostaria muito que me fosse dada a oportunidade de comprovar do que se trata” .
Para João Emanuel, o vídeo onde ele aparece em uma conversa onde detalha um esquema para direcionar processo licitatório foi montado pela Secretaria Municipal de Gestão de Cuiabá. “Trata-se de truncagem". Logo ao término da coletiva, João Emanuel retirou a placa de identificação de presidente de seu gabinete e se junto aos demais colegas.
Vídeo obtido pelo Grupo de Atuação no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) revela um diálogo no qual ele aparece negociando com uma empresária o pagamento por uma área supostamente grilada. Durante os mais de 26 minutos do vídeo original, Emanuel chega a explicar à interlocutora como poderia direcionar uma licitação da Câmara para beneficiá-la.
O presidente afastado afirma à empresária, dona de uma gráfica, que poderia contratar seus serviços para a campanha eleitoral e também “beneficiá-la” com a vitória em um certame no Legislativo Cuiabano. “Se eu quiser fazer um registro de preço nosso lá, a gente faz, coloca um item ai, uma máquina que vocês só tem, ou enfim cria um... Não, não pode colocar [marca] tem que colocar só inspeção de vinte e quatro horas e tal e vocês, enfim, nós pagamos um trabalho lá pra arrumar”, declara.
Novas Eleições
O atual presidente da Casa de Leis, Onofre Freitas Júnior disse que o vídeo "é inequívoco" e afirmou que novas eleições serão realizadas já na próxima sessão. De acordo com Artigo 28, do Regimento Interno da Casa, a votação para escolha do novo já pode ser realizada na próxima quinta-feira, 5 de dezembro.
