O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), afirmou apoiar a “Operação Sodoma”, coordenada pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA), que resultou na prisão de dois ex-secretários de Estado e na expedição de um mandado de prisão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), foragido até o momento da publicação desta matéria.
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“Eu apoio a investigação. A Assembleia apoia essa investigação. E se for provada a evasão de divisas, que esses recursos sejam retomados. A população está cansada de operações e processos sem efeitos. Queremos a retomada do dinheiro desviado”, asseverou Maluf, em entrevista na tarde desta terça-feira (15), na Assembleia Legislativa.
Silval Barbosa era esperado na Casa de Lei nesta tarde, onde seria ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Sonegação Fiscal. O ex-governador, que teria confirmado presença um dia antes, faltou a reunião. Caso tivesse comparecido, poderia ter sido preso na própria Assembleia.
A assessoria de imprensa do ex-governador explicou que ele faltou porque teria sido avisado de falta de quórum da CPI. Três dos deputados membros da comissão, Emanuel Pinheiro (PR), Gilmar Fabris (PSD) e Max Russi (PSB) faltaram a reunião para participar de outra, comandada pelo próprio presidente Guilherme Maluf, com membros do Ministério Público.
Por outro lado, Maluf afirma que os deputados só participaram da outra reunião devido a informação prévia da ausência de Silval. A situação irritou o presidente da CPI, José Carlos do Pátio (SD), que ainda quer ouvir o ex-governador.
Operação Sodoma
A operação batizada como 'Sodoma' combate um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo documento obtido pelo
Olhar Direto, a ação foi deflagrada após a confirmação do empresário Júlio Batista Rosa, dono da Tractor Partes, de que teria pago a quantia de R$ 2,6 milhões para obter incentivo fiscal por meio do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic). Todos os pagamentos foram negociados com Pedro Jamil Nadaf e efetuados por meio de cheques e transferências bancárias.Os ex-secretários Pedro Jamil Nadaf e Marcelo de Cursi, foram presos. Silval encontra-se foragido. Também é investigado o empresário Francisco Gomes de Andrade Filho.