O ex-deputado José José Riva (PSD) – que por seis vezes presidiu a Assembleia Legislativa de Mato Grosso – afirmou nesta tarde ao
Olhar Direto que não possui detalhes quanto ao teor da investigação que apura desvios da ordem de R$ 2 milhões da Casa, ocorridos entre 2011 e 2014, mas pondera que as ações desenvolvidas como a de hoje são ‘seletivas’. A investigação é realizada pelo Ministério Público Estadual (MPE), que em 2015 prendeu por duas vezes o ex-parlamentar.
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Servidores presos pelo Gaeco trabalhavam para Riva e sete são mantidos no gabinete de Janaina
A primeira prisão em fevereiro, sob acusação de desvios de R$ 62 milhões por fraudes em licitação para aquisição de materiais de escritório e materiais gráficos. No mês de julho novamente, na operação Ventríloquo, onde ele foi apontado como pivô de um esquema de desvio de R$ 10 milhões envolvendo o pagamento de seguro saúde a servidores envolvendo o antigo Banco Bamerindus .
“Essas investigações são sempre seletivas. Sempre deixam alguns de lado”, afirmou. Ele informou ainda que assim que souber detalhes do processo conduzido pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) irá se manifestar. A operação Metástase, deflagrada nesta manhã (23), levou à prisão 21 pessoas acusadas de integrar um esquema que resultou no desvio de R$ 2 milhões. As prisões temporárias (cinco dias )foram expedidas pela juíza da 7ª Vara Criminal, Selma Rosane de Arruda.
Para o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE), do grupo de pessoas investigadas existem dois empresários e 20 servidores, todos eram lotados na presidência da Assembleia Legislativa na época em que a Mesa Diretora era presidida pelo ex-deputado José Geraldo Riva. Alguns deles ainda trabalham em gabinetes do Parlamento Estadual e sete deles permanecem lotados no gabinete da deputada Janaína Riva, filha dele.
Ainda conforme o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa do Ministério Público Estadual, o esquema era cometido por meio de compras fictícias de marmitas e materiais gráficos com a utilização de verbas de suprimentos, entre os anos de 2011 a 2014.
No total, foram expedidos 22 mandados de prisão e apenas um – contra o assessor parlamentar Odenilton Gonçalo Carvalho Campos (lotado no gabinete de Janaína) permanece foragido.
Na manhã de hoje, 23, o coordenador do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Marco Aurélio Castro, informou que a operação não tem o interesse de combater a nenhuma personalidade específica. “Não queremos combater a personalidade A ou B e, sim, a corrupção”.