O secretário nacional de Política Agrícola, Neri Geller (PP), foi apresentado como mais novo reforço no 2º turno da campanha a prefeito de Cuiabá de Emanuel Pinheiro (PMDB), na manhã desta segunda-feira (10), no diretório municipal do PP. Ele afirmou que vai trabalhar aglutinar o setor do agronegócio na campanha do candidato do PMDB, inclusive como forma de aumentar os recursos disponíveis para campanha, a fim de impedir um eventual “retrocesso” com o candidato do PSDB, Wilson Santos, a quem ele categorizou como “míope”.

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“Não podemos ter um prefeito que pense em aumentar tributos. Que pense em penalizar o setor. Não, esse setor está dando certo. E onde a produção está forte tem qualidade de vida. Onde a indústria está, mesmo que não tenha produção, ela gera emprego e tem qualidade de vida. E é isso que nós queremos aqui para nossa Capital. E isso representa você, Emanuel. Diferente de quem já foi e não fez, que, pelo contrário, tem uma visão míope de querer taxar. Infelizmente a grande verdade é essa”, afirmou Neri Geller.

Apesar de não citar o nome de Wilson Santos, adversário de Emanuel Pinheiro, a referência é ao tucano, que já foi prefeito de Cuiabá por um mandato e meio, entre 2004 e 2010. Além disso, como o deputado estadual, o candidato do PSDB defende o fim da Lei Kandir, que isenta de ICMS as commodities para exportação, como soja, milho e algodão, ou a criação de um teto de exportação para aumentar a produção passível de impostos.

“Nós estamos aqui hoje porque o Mauro Mendes começou um bom trabalho e nós não podemos retroagir. Cuiabá precisa ser a Capital do Agronegócio. E a capital do agronegócio tem que ser contemplada com a geração de emprego. E você [Emanuel Pinheiro] tem todas as condições de fazer isso. E nós vamos te ajudar e vamos te ajudar muito”, ressaltou Neri.

O secretário de Política Agrícola ressaltou que Cuiabá fica a menos de 200 quilômetros de grandes polos produtores e poderia se beneficiar disso, junto com toda Baixada Cuiabana, de indústrias para verticalizar a produção. Ele usou o caso do milho verde como exemplo, que é enviado para Região Sul do país, especialmente Santa Catarina, estado com um déficit de cinco milhões de toneladas desse produto e mesmo assim é o maior exportador devido a presença de indústrias.

Aval do ministro e força do setor

Neri Geller ressaltou que teve aval do ministro de Agricultura, Blairo Maggi (PP), a quem disse ter lealdade, para se dedicar à candidatura de Emanuel Pinheiro. Ele lembrou ter tido apoio do atual ministro para ter sido ministro em 2014. Ainda segundo ele, Maggi se reuniu com representantes do diretório municipal do PP e ficou entusiasmado com o projeto para Cuiabá.

Outra tecla tocada várias vezes pelo secretário de Políticas Agrícola, foi o apoio de todo setor produtivo. Neri lembrou ter tido mais de 40 mil votos para deputado federal nas eleições de 2010, além do apoio do segmento para poder assumir o Ministério da Agricultura em 2014. Agora, ele tentará trazer essa confiança para Emanuel Pinheiro e, se possível, revertê-la em fundos para a campanha, na qual ele já é um doador nominal.

“O agronegócio eu vou tentar trazer para dentro de todas as formas, inclusive para ajudar financeiramente, se possível for, dentro da legalidade. Vamos trabalhar na possibilidade de trazer [recursos] sim, se for possível dentro da legalidade, trabalhar para ajudar a captar recursos, porque é importante para o Estado de Mato Grosso ter um prefeito moderno, um prefeito que valorize a produção, um prefeito que trabalhe para gerar emprego e renda”, concluiu.