Avaliando a possibilidade de deixar o MDB, a deputada Janaina Riva afirma que o apoio do governador Mauro Mendes (União Brasil) ao Senado ainda é uma incógnita. Avalia que hoje o gestor tem duas boas opções de aliança, mas cobra uma decisão rápida para que possa definir qual será seu futuro político.

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As possibilidades estão em torno dos nomes do deputado federal Neri Geller (PP) e do senador Wellington Fagundes (PL), que pretende buscar a reeleição.

“Acho uma incógnita o apoio do governador Mauro em relação ao Senado. Ainda não tenho clareza de qual rumo irá tomar. Hoje ele tem duas posições que são muito boas. Ele que tem que fazer essa análise do que é melhor para ele. Em política, apesar de muitos acharem que é egoísmo, é preciso ver o que é melhor e mais adequado para você num momento da disputa. Vejo que as duas opções são plausíveis, não descarto nenhuma delas”, declarou, em conversa com a imprensa nesta terça-feira (08).

E é justamente essa incógnita que preocupa Janaina. Nora de Wellington, a deputada se vê sem condições de não estar no palanque do senador. Por conta disso, pediu que Mauro decida até o fim da janela partidária (1º de abril) se será candidato e com quem irá seguir para as eleições de outubro.

“Como o MDB trabalha com a posição de apoiar o governador (em eventual reeleição), o partido, naturalmente, também está na expectativa de saber quem será o senador. Para mim, pessoalmente e profissionalmente, é importante, pois não tenho condições de andar num arco de alianças diferente do senador Wellington Fagundes. Então, estou aguardando essa decisão do governador, para saber se ela sai ainda em março. Como nós temos um prazo até 2 de abril, não posso ficar à mercê de uma decisão posterior esse prazo”, explicou.


Mauro evita dar qualquer sinal sobre alianças para a disputa eleitoral. Dentro de sua base, tem Neri articulando candidatura com o apoio do PSD e do próprio MDB. Já Wellington se aproximou do governador no ano passado e pode acabar na mesma aliança do chefe do Executivo estadual caso se concretize as articulações para uma chapa com apoio do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).

Ainda vale lembrar que o senador tem sido pressionado a deixar o projeto de reeleição para disputar o Governo. A articulação foi iniciada pelo próprio Bolsonaro, que busca cumprir a promessa de apoiar o fiel escudeiro deputado federal José Medeiros (Podemos) na disputa à senatória. Wellington, apesar de conversar com grupo de oposição, demonstra relutância e não descartou a possibilidade de estar no arco de alianças de Mauro.

Futuro no PL

Caso não tenha uma resposta até abril ou a decisão de Mauro seja por apoiar Neri, Janaina deve migrar para o PL, presidido por Wellington em Mato Grosso. “Se hoje o governador optar por uma coligação com o senador Wellington, o MDB, automaticamente, estaria neste arco de alianças. Por isso a decisão dele pelo sim ou pelo não, estando ou não com o Wellington, é importante para definir minha mudança de partido”.

Janaina explica que apesar de sua saída do MDB representar um trauma político, não há condições pessoais e profissionais de continuar num partido que não esteja no mesmo palanque do sogro.

A deputada ainda relatou que em conversa o presidente regional da sigla, deputado Carlos Bezerra, garantiu que ela terá total liberdade para apoiar o senador, assim como ocorreu em 2018, quando o partido se coligou com Mauro, mas Janaina esteve no palanque do sogro, que concorreu ao Paiaguás.

“Hoje a relação familiar é bem diferente. Tenho um filho com o Diógenes (filho de Wellington) e as parcerias que estabeleci nesses quatros anos foram de dobradinhas com o senador. Então, acho que eu teria um atrapalho tanto na vida pessoal quanto na profissional”, pontuou.

Sobre a escolha do PL, Janaina explicou que o partido seria o mais confortável para seus projetos políticos. Apesar de ter recebido convite de outras legendas, como o PDT, ela avalia que não pode correr o mesmo risco de estar filiada a sigla que não esteja com Wellington.