A suplente de deputado federal Gisela Simona (UNIÃO) disse estar “de alma lavada” após o cargo de deputado federal de Neri Geller (PP) ter sido cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite de terça-feira (23). Para a suplente, a justiça foi feita aos 50.680 eleitores que votaram nela em 2018, apesar de ter sido tardia. Agora, Simona – que é candidata a deputada federal - aguarda para saber se irá assumir o resto deste ano.

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“Entendo como muito importante essa decisão, embora seja tardio. Foram mais de três anos e meio já de mandato. Mas vejo que ela é extremamente necessária, até porque nós falamos tanto nas pessoas depositarem o voto, depositarem esperança junto... então fazer valer a vontade do povo que realmente acreditou, votou dentro das regras eleitorais é muito importante”, afirmou ao Olhar Direto.

Por unanimidade, os ministros do Superior Tribunal Eleitoral (TSE) votaram pela inelegibilidade de Neri na noite de terça (23). A sessão o julgava abuso de poder econômico nas eleições de 2018. A decisão torna Geller inelegível pelo prazo de 8 anos, ou seja, deputado não poderá concorrer a nenhum cargo eleitoral até o ano de 2026. Em um voto com mais de 80 páginas, o relator do processo ministro Mauro Campbell Marques, narrou que Neri Geller montou um estratagema de triangulações de transferências de recursos com seu próprio filho dando ares de licitude. Porém a procuradoria eleitoral, após a quebra de sigilo bancário de ambos os investigados comprovou a tese.

Neri lamentou a decisão e disse que foi cassado injustamente por ser produtor rural. Sua assessoria também informou que a agenda de campanha seguirá normalmente. “Geller foi condenado por ser produtor rural, e por natureza intrínseca, vender soja e milho”, disse o deputado em sua defesa, por meio de nota.

Agora, Gisela aguarda a justiça para saber se irá ou não assumir o cargo. “Nós estamos aguardando esse desfecho da justiça para que a gente possa verificar realmente se a gente vai assumir, como que vai estar isso. De acordo com o jurídico, a decisão foi de cumprimento imediato. Ainda que o Neri venha a interpor algum recurso, a informação que eu tive é de que esse recurso não teria um efeito suspensivo. Então a gente assumiria de qualquer jeito. Mas a gente está aguardando realmente esse desfecho. A gente viu que o processo, já foram encaminhados ofícios pra a Câmara de Deputados a respeito, mas a gente tem que aguardar esse chamado para ver se realmente ele vai acontecer”, explicou.

Para Simona, no entanto, o fato de assumir não é o mais importante. “Assumir ou não é uma consequência da justiça eleitoral, se vier ótimo, nós vamos assumir, se não vier também nós vamos continuar a nossa campanha da mesma forma, porque de qualquer forma o que ficou pra mim comprovado, e eu fiquei – vamos colocar assim - de alma lavada, é porque foi feita a justiça, de uma situação que foi flagrantemente comprovada nos autos que é ilegal. Esse reconhecimento pelo poder judiciário ele é extremamente importante para se fazer a vontade da urna dentro da legalidade”, completou.