O secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, se reuniu nesta segunda-feira (13) com os secretários municipais Guilherme Salomão (Cuiabá) e Gonçalo de Barros (Várzea Grande) para tratar sobre a execução do programa Mais MT Cirurgias. Lançado em julho de 2021 para reduzir a fila de espera por cirurgias eletivas, o Estado ainda enfrenta dificuldades para solucionar o problema. Entre as causas, está a desatualização de dados na regulação.

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De acordo com Gilberto, há grande dificuldade em encontrar os pacientes cadastrados na fila das cirurgias eletivas. “Ao menos 50% das pessoas que estão nesse cadastro não estão à disposição para fazer uma cirurgia. Então, o governo vai soltar uma série de iniciativas para depurar essa fila, com recadastramento do cartão SUS desses pacientes, para permitir encontra-los”.

“Há dificuldades de todos os entes e uma das principais é encontrar os pacientes e quando encontra ele está à disposição. No Hospital Estadual Santa Casa, de uma lista programada de 2,1 mil pacientes, nós só conseguimos contactar com 70. Mais de 50% não precisa mais fazer a cirurgia, um número muito grande nós não conseguimos encontrar, pois o cadastro (cartão SUS) do paciente está desatualizado”, completou.

Nos próximos dias, a SES deve publicar um decreto, além de fazer campanha publicitária, reunião com Ministério Público e resoluções para que todos os municípios façam o trabalho de depuração nas filas. “Para que esse serviço seja feito, é preciso essa interlocução, principalmente com os dois grandes municípios, que é Cuiabá e Várzea Grande. São fila imensas, com programas de cirurgias eletivas, mas com baixa performance de execução”.


De acordo com o secretário, há um ano e meio, o Estado disponibilizou R$ 104 milhões para o programa, sendo que, neste ano, o Ministério da Saúde lançou na semana passada um programa nacional, que destina para Mato Grosso R$ 10 milhões. “Ou seja, é infinitamente menor que nosso programa regional, e mesmo assim estamos encontrando dificuldades para colocar isso em curso”.

Na reunião, Gilberto tratou justamente sobre o recadastramento dos cidadãos do Estado no cartão SUS, para fazer a depuração da fila. “Pois tem pessoas que já faleceram, que já fizeram a cirurgia; e trará, principalmente, de mensurar junto a dois municípios grandes as dificuldades na elaboração do plano”.

Apesar das dificuldades, Gilberto refutou que o programa não tenha avançado na solução do problema. Desde que foi lançado, 18 mil cirurgias foram realizadas, só nos hospitais regionais.  “O Consórcio Teles Pires realizou praticamente 100% daquilo que foi previsto no plano, então, é um plano que está em curso, estamos reduzindo essa fila. Nosso programa prevê que num futuro muito breve não tenha mais ninguém que espere mais de seis meses por uma cirurgia. O grande problema é que grande parte dos hospitais estão colapsados, com 100% da sua capacidade funcionando e para marcar uma cirurgia é preciso ter leito disponível”.

A baixa eficiência da proposta chegou a ser questionada pelo Tribunal de Contas (TCE-MT). Até novembro de 2022, quando foi realizado levantamento, apenas 3,8% das 21.843 cirurgias previstas foram executadas.

Relação com Cuiabá

O gestor ainda negou que a relação política entre o governador Mauro Mendes (União) e o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) atrapalhe o apoio do Estado para que o município avance na realização das cirurgias eletivas. Apontou problemas no detalhamento do que já foi feito com os recursos enviados à Capital, mas garantiu que o encontro não foi com o objetivo de cobrança.
 
“O Estado está colocando dinheiro em 141 municípios que queiram apresentar o plano. O plano aprovado de Cuiabá é o maior do Estado. Nós antecipamos R$ 5 milhões de um plano de R$ 17 milhões. Não existe discriminação por parte do governo do Estado. É em Cuiabá a maior fila, é natural. Estou tendo dificuldade até em ter relatório do que foi feito e do que não foi.  Espero ter uma relação harmoniosa com todos”, pontuou.