O empresário Luiz Vagner Silveira Golembiouski, dono da empresa MedClin, anunciou que entregou à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que está sob intervenção do Estado, carta suspendendo a prestação de serviços médicos nas policlínicas do Verdão e Coxipó. O anúncio foi feito em grupo de WhatsApp em que o empresário mantém contato com médicos que são contratados para trabalhar nas unidades.

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De acordo com o gabinete interventor, a empresa não estava cumprindo com o previsto no contrato quanto à quantidade de médicos disponibilizada nos plantões e interrompeu o serviço após ter sido notificada pelo Gabinete de Intervenção. Para manter os atendimentos e solucionar a interrupção decidida pelo empresário, está contratando os médicos aprovados no processo seletivo; na semana passada foram 30 médicos convocados.

Em gravação de áudio compartilhado no WhatsApp, Luiz Vagner afirma que decidiu entregar a carta de declínio ao contrato diante da atuação do gabinete interventor e falta de garantia no pagamento dos serviços prestados. Segundo ele, a empresa ainda não teria recebido o mês de fevereiro e teria que aguardar análise da nota emitida à SMS por parte do Tribunal de Contas (TCE-MT), que criou uma comissão especial para analisar as ações da intervenção.

“Ontem saiu a publicação que ainda iriam mandar nossa nota de fevereiro no dia 10 de abril para o TCE, para daí o tribunal decidir que dia poderá pagar o que está para trás, não tenho psicológico para aguentar uma situação de espera; de ter que ficar dizendo para vocês esperarem que amanhã vão receber”, declarou.

“As notas serão fechadas hoje, amanhã nós vamos terminar de protocolar o mês de abril e vamos mandar para a Secretaria de Saúde. A empresa MedClin, a partir de hoje, não presta mais serviço em Cuiabá, na unidade Verdão e Coxipó. Já entreguei a carta de declinação do contrato, não é possível conduzir o contrato nesta incerteza, ainda mais com o Sindicato dos Médicos”, completou.

Atuação do Sindimed

O empresário ainda responsabilizou o Sindimed - presidido por Adeildo Lucena -, que reúne os médicos em Mato Grosso, pela dificuldade em completar os plantões nas unidades que a empresa prestava serviços. Segundo ele, a diretoria do sindicato fomentava os profissionais a não aceitarem as condições estabelecidas para os finais de semana.

“Já vi os prints deles, até coloquei no meu processo de declínio, eles orientando todo mundo a fazer o próprio cadastramento para trabalhar no final de semana, que vão receber um incentivo. Falando em nome da SES (Secretaria Estadual de Saúde), como se ele tivesse a orientação e benção do gabinete de intervenção. O que acho ser uma mentira. Isso tem dificultado meu serviço diariamente, pois não consigo completar escala, visto que todo dia sai uma conversa diferente sobre atraso, sobre não receber. Não sei qual o intuito, acredito que seja prejudicar o serviço público, prejudicar as unidades, por meio de mentiras”, disparou.

“É o tempo inteiro essa turminha do sindicato falando borracha, ligando para médico e falando mentira. Cadê que alguém falou pra vocês o valor do imposto quando é seletivo, quando é concursado, qual a desvantagem salarial para quando é determinada situação? Visto a situação que está hoje, não consigo conduzir esse contrato. Todo final de semana é ‘eu tô com diarreia’, ‘eu tô com gripe’, ‘não consigo ir’. Eu sei os prints e conversas que rolam nos grupos”, completou, reforçando que na saúde pública não é comum que médicos recebam à vista por seus plantões nos finais de semana.