Eleito presidente do diretório regional do União Brasil de forma unânime, o governador Mauro Mendes aproveitou seu discurso de agradecimento para dar um 'puxão de orelha' nos filiados. Reclamou de fofocas que abalaram a estrutura do partido durante a semana que antecedeu a votação e disse que questões partidárias devem ser tratadas de forma interna e não pela imprensa.

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"Essa semana foi marcada por alguns ruídos, algumas fofocas, mas nada de verdade tinha na fofoca. Hora que sentamos à mesa, em pouco menos de 10 minutos a fofoca foi desfeita, os ruídos foram desfeitos e o União Brasil continua sendo União Brasil que sempre foi", disse, neste domingo (31).

"Mais uma lição de que política se faz à mesa e não pela imprensa. Precisamos, de vez, com essa história de ficar fazendo pronunciamento sobre o partido na imprensa, mandando recado. Isso só cria uma divergência, para algo que não contribui para o crescimento. Divergências vão existir, assim como existem dentro de casa. Difereça de opiniões vão existir", completou.

A declaração, feita sem citar nomes, ocorre em meio a tentativa de Mauro em contornar algumas crises dentro da sigla. Na semana passada, após a eleição interna ser anunciada pela imprensa, a bancada de deputados estaduais reclamou da falta de diálogo com a antiga direção, comandada pelo afilhado político do governador, o deputado federal Fábio Garcia.

Júlio Campos, por exemplo, não poupou críticas quando questionado pela imprensa sobre o processo eleitoral. Afirmou que a votação foi marcada na calada da noite e que o resultado seria uma fraude, caso os deputados estaduais não fossem ouvidos.

Na quinta-feira (28), durante reunião na sede do União, Júlio chegou com uma carta de desfiliação, mas foi convencido a não colocana à mesa, já que Mauro garantiu a participação dos estaduais, que puderam indicar até quatro nomes para a diretoria da legenda.

Além disso, Mauro terá que se dedicar para contornar a crise que envolve a eleição para prefeito de Cuiabá, em 2024. Fábio, que já constrói seu projeto, enfrenta concorrência do presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho. O deputado, que teme ser levado em 'banho-maria' até o momento em que for descartado da disputa, tem cobrado uma decisão; quer uma definição de como e quando será escolhido o candidato do partido para, caso não for o escolhido, avaliar se procura uma nova legenda para concorrer a sucessão de Emanuel Pinheiro (MDB).

Diante dos dilemas, Mauro garantiu empenho para o crescimento do partido e prometeu reuniões mensais para debater questões internas e as eleições municipais.