Em meio à intensa agenda prevista para o decorrer desta semana, em função da expectativa pela votação da Reforma Tributária, o governador Mauro Mendes (UNIÃO) irá se reunir, já nesta terça-feira (4), com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Há ainda a previsão de encontros com o relator da reforma na Câmara dos Deputados, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

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Na semana passada, Mendes já havia manifestado seu descontentamento com o substitutivo apresentado por Aguinaldo Ribeiro, especialmente por conta do tratamento diferenciado previsto no texto para setores como a produção rural e empresas exportadoras.

“Eu acho inadmissível que nós tenhamos isenção completa de algumas cadeias, que vão deixar de pagar imposto no Brasil e que são empresas que já apresentam lucros exorbitantes. Um exemplo é a Vale do Rio Doce, que ano passado teve um lucro de R$ 95 bilhões, e que se passar a reforma como está hoje, além de ter um lucro astronômico, ela não vai pagar nenhum imposto na sua cadeia e de tudo que for pago, ela será ressarcida no final”, disse Mauro Mendes, nesta segunda-feira (3).

O ponto mencionado pelo chefe do Executivo mato-grossense, conforme explicado em reportagem do Olhar Direto, diz respeito à previsão de não cumulatividade plena de impostos no novo modelo tributário, com a incidência “por fora” da cadeia.

O desenho é viabilizado por um sistema de créditos em que o imposto é efetivamente pago apenas pelo consumidor final e no destino ‒ não mais sobre a origem, como ocorre em muitos casos. Além disso, o modelo promete a efetiva desoneração completa sobre exportações e investimentos.

Segundo o governador, se aprovado o substitutivo da forma como está, Mato Grosso deverá perder R$ 6 bilhões já no próximo ano.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), prometeu um “esforço concentrado” para votar a Reforma Tributária até sexta-feira (7).

“É inadmissível que uma proposta dessa envergadura seja feita a toque de caixa, como estão querendo fazer. Eu acho muito ruim. Um projeto que ficou hibernado por quase três décadas, quando ele sai do forno precisa ser melhor compreendido. Amanhã devo ter um encontro com o governador Tarcísio e outros governadores e vou tentar falar mais uma vez com o Aguinaldo, porque falei muitas vezes com ele e ao final o relatório saiu muito diferente daquilo que nós havíamos conversado”, pontuou o governador.