Há cerca de 3 dias, o professor Roberto Arruda, agora ex-filiado ao Partido dos Trabalhadores e que concorreu à prefeitura de Sinop em 2020 pela sigla, anunciou sua saída do partido. Ele alegou que a decisão foi motivada pelo fato de o PT se alinhar com a gestão do atual prefeito Roberto Dorner (Republicanos), com alguns membros do diretório e da executiva do partido ocupando cargos no primeiro escalão e em secretarias do governo municipal.

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Antes mesmo da desfiliação de Arruda, o prefeito foi questionado publicamente por vários segmentos da mídia local sobre as afirmações que se prolongavam há dias. Em uma entrevista ao Jornal SBT Notícias, Dorner negou as acusações de Roberto e afirmou que “tem respeito pelo povo de Sinop e por todas as legendas”.

“Não venha com fake news e não venha falar bobagem. Eu sou prefeito dessa cidade pra cuidar de todo sinopense. Aqui tem sinopense de todos os partidos. Eu sou perfeito de todos. Por que eu sou prefeito de todos? Porque eu me elegia com a maioria dos votos e eu tenho que respeitar o povo de Sinop e todos os partido”, disse. 

No entanto, nos dias 3 e 4 de outubro da última semana, o gabinete de Dorner publicou dois decretos de exoneração assinados por ele mesmo. Ao todo, dezenove funcionários foram desligados de cargos comissionados das pastas da saúde, educação, obras e finanças. O movimento do prefeito foi visto como uma resposta às acusações de ele abrigar na prefeitura funcionários ligados ao Partido dos Trabalhadores. 

O ex-candidato a prefeito de Sinop, Roberto Arruda, afirmou categoricamente que sim, havia membros do PT no quadro de servidores comissionados da prefeitura, os quais foram nomeados por Dorner. 

“Então se nós estamos fazendo um enfrentamento de algumas questões que nós entendemos em ponto benéficas para o município, como é que essas pessoas estão compondo a atual gestão do prefeito? Então a pergunta principal é se faz é a seguinte: o PT fazia ou não fazia parte da base do prefeito? Fazia! Fazia!”, afirmou em entrevista ao Olhar Direto.”Estava lá, pelo menos, um cargo de uma pessoa que ocupa um cargo na executiva do partido. Isso é a coisa mais absurda possível. Estava como coordenador no município de Sinop e ganhando um DAS nomeado pelo prefeito de Sinop”, revelou.  

Segundo Arruda, em todo esse tempo não houve nenhuma reunião dentro do partido a fim de comunicar aos integrantes do diretório que membros da sigla tinham cargos na gestão Roberto Dorner. 

Ele disse que quando tomou conhecimento dessa situação, imediatamente foi até à presidência do partido e entregamos sua carta de desfiliação. À reportagem, Arruda contou que não ocupou nenhum cargo no diretório do PT e pontuou que agora está definitivamente fora do partido em função “dessas questões todas”.

“Nós não tínhamos conhecimento que essas pessoas estavam lá dentro. Essa é a questão, não passar pela nossa cabeça que essas pessoas estão trabalhando lá dentro. Tanto é que a lista é grande, que eu digo que não conheço todas, mas pelo menos uma pessoa eu sei que exatamente está lá dentro”, disse. 


“A partir do momento que nós tomamos conhecimento que o PT está dentro de um partido, o Republicanos, que é bolsonarista, e fazendo parte dessa base de composição, ou seja, você está colaborando, você está recebendo salário nomeado por um prefeito que tem uma concepção totalmente diferenciada daquilo que nós apresentamos”, acrescentou.  

Conforme Roberto, além de um membro do diretório que atuava na pasta de obras, os outros servidores exonerados estavam alocados em duas das pastas mais importantes da administração municipal: saúde e educação. Arruda diz que esses são os calcanhares de aquiles da gestão Dorner. 

“No decreto tem o DAS e cita onde eles estavam obras, saúde e educação, basicamente, nesses três secretarias. E a problemática maior realmente é a saúde e a educação. Nós temos na educação a ausência de vagas, ainda na educação infantil. Na saúde, o tratamento oferecido, oferta do serviço oferecido é por uma terceirizada dentro do principalmente da Unidade de Atendimento, da UPA, e isso é um dos maiores problemas que a gente tem em Sinop”, explicou. 

Segundo ele, a exoneração feita por Dorner é apenas uma encenação. Ele afirma que as pessoas que ocupavam os respectivos cargos foram indicadas com o consentimento do prefeito, pois ele assinou as nomeações. “Elas não chegaram ali por acaso. Quem nomeia tem que saber quem e está nomeando”.

“Eu acho que é mais um jogo de cena, uma coisa nesse sentido, porque essas pessoas ao estarem ali, certamente foram conduzidas por alguém. O decreto é assinado por ele, tanto de nomeação quanto de exoneração. Quem está sentado na cadeira, precisa saber quem são essas pessoas. Ainda mais que não são funcionários de carreira. São pessoas que foram levadas para a prefeitura de Sinop, simplesmente com um cargo comissionado. Então a partir dali, essas pessoas precisam minimamente, o prefeito minimamente precisa ter o conhecimento de quem são essas pessoas”.