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CARTEIRADA EM UTI

“Foi uma sucessão de ameaças, intimidações e humilhação”, diz médico que pede cassação de Marcrean

25 Jun 2024 - 11:54

Da Redação - Airton Marques / Do Local - Rafael Machado

Foto: Assessoria/Câmara de Cuiabá

“Foi uma sucessão de ameaças, intimidações e humilhação”, diz médico que pede cassação de Marcrean
O médico intensivista Marcus Vinicius Ramos de Oliveira, que apresentou pedido de cassação do vereador Marcrean Santos (MDB), afirmou que foi ameaçado e humilhado pelo parlamentar, durante plantão médico no antigo Pronto-Socorro Municipal, no dia 8 de junho.


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O profissional, que participou da Tribuna Livre da Câmara de Cuiabá, na sessão desta terça-feira (25), afirmou que Marcrean invadiu o local em busca de informações de uma paciente que havia sido transferida para a UTI, após ficar internada em leito de enfermaria do antigo PS.

“A gente observou que ela tinha um problema no pulmão, tomografamos, pedimos avaliação de cirurgia toráxica. No outro dia, pela manhã, o vereador apareceu na UTI querendo saber informações e me ‘carteirando’, apertando e ameaçando, simplesmente pelo fato de ter falado que no momento eu não conseguiria atendê-lo, pois estava em atendimento a outros pacientes”, disse, à imprensa.

“Ele não gostou da minha resposta e entrou na UTI gritando, me ameaçando. Não observou que dentro da UTI nós estávamos em cuidado a outros pacientes, alguns até despidos. O que aconteceu foi uma sucessão de ameaças, intimidações e humilhação”, acrescentou.

De acordo com o médico, Marcrean se apresentou como vereador e se negou a dizer seu sobrenome. Marcus Vinicius ainda rebateu a acusação de que estava dormindo na hora que o parlamentar invadiu a UTI.

O médico acionou o Conselho Regional de Medicina (CRM), pedindo que sua atuação no caso seja investigada. O CRM deve reapresentar o requerimento para a abertura de processo disciplinar contra Marcrean – o primeiro foi rejeitado pela Procuradoria-Geral da Câmara, por falta de documentos.

“Não procede essa acusação de que estava dormindo. Cheguei no plantão de manhã e última prescrição é de 9h46. A primeira tomografia foi 10h20, bem no momento da intercorrência com ele. Como eu estaria dormindo? Usou o nome do prefeito e do secretário de Saúde, disse que iria ligar para os dois e que eu ‘iria ver’, ‘que não estava acima de ninguém. Não me coloquei acima de ninguém, só relatei que no momento não conseguiria atendê-lo, por conta da correria. Estávamos com vários pacientes graves na UTI e, no momento, não conseguiria atendê-lo. No horário de visita conseguiria tirar todas as dúvidas dos familiares. Mas, ele não aceitou bem a negativa”, declarou.

“Dentro da UTI ele ficou entre 20 e 30 minutos. No geral, tudo girou em torno de 1 hora 1 hora e meia dentro do pronto-socorro. Quando ele chegou, se apresentou como vereador, não disse o nome. Dentro da UTI eu perguntei umas três vezes o nome dele, e ele se apresentou como José Maria, não disse o sobrenome. Vim saber o nome dele pelo policial que estava lá na hora”, completou.

Por fim, Marcus também rebateu as acusações de que a paciente havia ficado internada por 30 dias, sem que a família tivesse informações sobre seu quadro de saúde.

“Que eu saiba a função do vereador é fiscalizar o Executivo, não serviço médico. Não tem problema ele chegar e querer informações de paciente, faz parte. Na medida do possível, nós tentamos atender fora dos horários, mas tem vezes que não dá. Nesse caso, era um momento que não dava. Não significa que não iriamos passar as informações à família, no horário adequado. Naquele momento não consegui atender”, declarou.

“Tem visita médica com os familiares todos os dias. Ficou 30 dias internada e a família não sabe o que está acontecendo? Acho muito difícil. Acredito que tenha sido passada as informações, mas talvez a família não tenha entendido direito a gravidade. Informações anteriores, não tenho a dar. Recebi ela no dia 8 e no dia 9 ela estava comigo na mesma UTI de plantão. Ficou sob minha responsabilidade por dois dias. Quando foi para o centro cirúrgico, estava no meu plantão (...) primeira vez que passo por essa situação, muito constrangedora. Estou trabalhando, num domingo, chega um vereador dizendo que estou dormindo, sendo que estava trabalhando. Não saio da minha casa para dormir no trabalho. Não tenho nada a esconder, está tudo registrado no prontuário eletrônico”, pontuou.
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