A regulamentação da reforma tributária e o aumento do dólar foram temas de discussões entre os membros da bancada de Mato Grosso, durante sessão na quarta-feira (3), na Câmara Federal.
Leia também
Projeto de Lei para anistiar envolvidos nos ataques do Oito de Janeiro é apresentado por Rosana Martinelli
Na proposta, o governo prevê uma alíquota reduzida em 60% para carnes bovinas, suínas e de aves, no entanto, o grupo de trabalho dos deputados decidiu manter a manutenção da taxação parcial dos futuros tributos sobre o consumo.
O deputado Coronel Assis (União) ironizou a ideia do governo destacando controvérsias de ideias que separam carne que rico come e carne que pobre come. Ele ressaltou que a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria trabalhar para que todos possam comer carne de qualidade e não propor ideias mirabolantes.
“Qual é a lógica econômica que a gestão do Governo Federal possui? Diferenciar a tributação nos cortes de carne talvez seja a grande panaceia econômica que estamos esperando para que o Brasil possa avançar. Eles querem que o pobre coma somente o quê? Músculo? Frango? Ossinho? Pé de galinha? É isso! Com certeza, essas ideias devem mostrar todos os reflexos que acontecem na economia brasileira”, destacou.
José Medeiros (PL) destacou que o governo atual não assume suas responsabilidades e joga a culpa de todos os problemas financeiros da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele comentou que o aumento do dólar, que chegou a R$ 5,50, é um conjunto da obra e falas de Lula.
“Tenho ouvido aqui falas em que estão tentando dourar a pílula, tentando defendê-lo, mas a defesa do Lula é impossível, é como a bola de Rogério Ceni quando ele batia falta, era no ângulo, não tinha defesa”, disse.
Ele ainda ressaltou que o presidente joga a culpa do cenário financeiro para o Banco Central, sendo que a situação preocupante é resultado de políticas mal conduzidas pela gestão do petista que tem resultado na elevação dos juros.
Defesa
Vice-líder de Lula na Câmara, o deputado federal Emanuelzinho (MDB) saiu em defesa do governo. Ele alega que o governo pretende cortar despesas onde realmente for necessário, como rentismo, dívida pública e nas isenções fiscais bilionárias. Ele conta que a elite financeira vem com a “faca no pescoço” do governo, ameaçando atacar a moeda brasileira, ameaçando retirar sua fortuna, para levar para paraísos fiscais ou para outros países.
“temos alegado, o tempo todo, que o mercado financeiro tem se comportado com dois pesos e duas medidas. Quando, no Governo passado, o dólar chegou a R$ 6, não se ouviu um pio do mercado financeiro. Quando, no Governo passado, deram calote, parcelando precatórios transitados em julgado, dando calote de mais de cem bilhões de reais, não se ouviu um pio dos especuladores, dos rentistas e do mercado financeiro”, frisou.
Ele ainda ressaltou que o governo Lula tem feito o enfrentamento ao neoliberalismo, “àqueles que, entranhados na estrutura do capital financeiro, do Banco Central e das instituições”, e tem feito o enfrentamento com o trabalhador.
