O deputado Airton Português (PP) denunciou hoje (3) em sessão da Assembleia Legislativa o superintendente do Consórcio Complexo Nascentes do Pantanal, Donizete Antônio do Nascimento, que ocupa cargo ligado ao MT Regional. O servidor estaria usando a máquina pública para fazer campanha extemporânea ao pré-candidato a deputado estadual José Aparecido dos Santos, Cidinho, secretário de projetos do MT Regional.
“Há funcionário que quando não usa o carro do MT Regional para comprar gado usa para fazer pré-campanha”, acusou na tribuna. Português revelou também esquemas na distribuição de maquinário do Estado entre os municípios. A secretaria estaria beneficiando prefeituras mediante "pré-acordos" e “amarrações”.
O parlamentar disse que recebeu ontem a ligação de dois prefeitos da região Oeste preocupados com os “critérios” de distribuição das máquinas. Segundo o deputado, os gestores pediram sigilo sobre suas identidades, temendo represálias.
Solidário ao discurso de Português, o deputado Guilherme Maluf (PSDB) sugeriu que Maggi exonerasse secretários interessados em concorrer a cargos eletivos no ano que vem. “Esses secretários pré-candidatos devem deixar seus cargos e fazer pré-campanha com recursos próprios! Solicito que o governador converse com seus secretários e convide-os gentilmente a sair”, disse. Os deputados prometeram oficializar o pedido de intervenção de Maggi.
O Consórcio liderado pelo superintendente do MT Regional, denunciado por Português, abrange cerca de 12 municípios da região Oeste de Mato Grosso. Porto Esperidião é apontado como um dos municípios mais prejudicados pelo esquema da distribuição de maquinário. A região localizada a 322 km de Cuiabá concentraria, de acordo com a assessoria do parlamentar, a maior malha viária sem asfalto da região.
Reincidência
Esta não foi a primeira vez que deputados criticam os procedimentos adotados na distribuição de máquinas do Estado. As críticas à distribuição de maquinário não são novidade durante as sessões da AL. Nas sessões da semana passada, o deputado estadual Percival Muniz (PPS) afirmou que vai acionar o Ministério Público Eleitoral (MPE) para que a instituição acompanhe a distribuição de máquinas que será feita em janeiro pelo governo do Estado.
“Tem gente que não tem serviço prestado pegando carona na distribuição de máquinas, prometendo mundos e fundos, e isso é crime eleitoral. É uma forma escancarada de fazer campanha política e o MP precisa acompanhar isso, configura crime eleitoral”, alertara.
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