O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) afirmou que apenas dois hospitais em todo Mato Grosso possuem alvará de funcionamento da Vigilância Sanitária. Segundo as declarações do presidente da autarquia, Arlan de Azevedo, muitas clínicas veterinárias apresentam melhores condições de atendimento se comparadas às unidades hospitalares de saúde.

“As condições que nós temos (nos hospitais) estão muito aquém do que necessita o ser humano. Têm clínicas veterinárias muito melhores”, declarou Arlan na tarde desta quinta-feira (3) durante oitivas da CPI da Saúde instalada na Assembleia Legislativa.

De acordo com ele, diversos disparates como, por exemplo, a existência de uma tabela para a contratação de médicos sem diploma validado pelo Ministério da Educação (MEC), são “frequentes” no interior do estado.

Conforme explicação do presidente do CRM, a maioria desses profissionais é formada em universidades da Bolívia. Ao retornarem para o Brasil eles precisam fazer uma prova do MEC para a validação do curso superior. “Mas 98% deles não passam nessa prova”, alertou Arlan.

Vários outros problemas foram apontados pelo CRM. Desde prédios decrépitos, com janelas quebradas e portas enferrujadas a produtos laboratoriais vencidos na geladeira. “Estamos muito distantes do mínimo que a sociedade precisa”, lamentou Sérgio Ricardo, presidente da CPI, após ouvir todos os relatos.

Além disso, Arlan de Azevedo reforçou itens já pontuados em outras reuniões da Comissão. Entre elas, a defasagem da tabela do SUS, que faz os profissionais migrarem apenas para a iniciativa privada. Outro ponto reafirmado é a necessidade de uma ferramenta para fixar o médico no interior do estado.