O relator geral do orçamento, deputado Geraldo Magela (PT/DF), não resistiu às pressões das bancadas ruralista e do centro-oeste e decidiu repor R$ 1,7 bilhão para o programa de preços mínimos do setor agrícola em seu relatório da Lei Orçamentária Anual (LOA). A política de preços mínimos consiste num instrumento que garante ao produtor receber um valor mínimo em caso de excesso de oferta no momento da colheita.

Até a votação do relatório, realizada às 23h30 desta segunda-feira, Magela mantinha o corte de R$ 2 bilhões para o programa. Mas voltou atrás após uma conversa com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Magela manteve, porém, a retirada de R$ 200 milhões para programas de defesa agrícola.

A manobra dos deputados do centro-oeste começou tão logo se soube do corte, noticiado em primeira mão pelo Olhar Direto na sexta-feira passada. Vice-líder da Frente Parlamentar da Agropecuária, o deputado Homero Pereira (PR/MT), ligou para o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e para os deputados Ronaldo Caiado (DEM/GO) e Valdemir Moka (PMDB/MS). O objetivo era fazer pressão sobre o relator e argumentar que o setor agrícola dependia destes recursos.

“O importante é que o dinheiro foi recuperado e graças à articulação da bancada a agricultura deixou de perder cerca de R$ 1 bilhão no orçamento de 2010”, anunciou aliviado o deputado Homero.

A votação do orçamento, prevista para 14h de hoje, é o último capítulo do ano legislativo de 2009. Se a peça for aprovada, deputados e senadores entram em recesso e retomam atividades no dia 1º de fevereiro de 2010.