O governador Silval Barbosa (PMDB) está numa sinuca de bico, apesar da vantagem em ter a máquina pública nas mãos e o apoio do ex-governador Blairo Maggi (PR). O fato é que seria arriscado para o peemedebista ir para o ‘cara-cara’ com o Wilson Santos (PSDB), pré-candidato ao governo pela oposição, por outro lado, ele teme perder votos para o empresário Mauro Mendes (PSB) e acabar de fora do segundo turno.
Em entrevista exclusiva ao
Olhar Direto, o cientista político Alfredo da Mota Menezes analisou o cenário político antes mesmo da confirmação da candidatura de Pedro Taques (PDT) e da oficialização da pré-candidatura de Mauro Mendes (PSB), mesmo assim, ela aposta que a oposição já tem seu espaço no segundo turno, enquanto Silval tenta desidratar a candidatura do socialista.
“Silval está atuando para tirar o Mauro do cenário, desidratando a candidatura do Mauro, talvez com esse receio de perder votos para Mendes”, analisou.
Só que uma disputa direta entre oposição e situação é temerária para ambos, portanto pode não ser interessante para o peemedebista tirar Mendes da disputa. “Nem o Silval e nem a oposição têm certeza de que no cara-cara ganha, sendo assim, com um terceiro candidato garante o segundo turno”, explicou.
Por outro lado, Alfredo reconhece que Mendes seria o melhor vice para Silval fortalecendo numa disputa ainda no primeiro turno. No entanto, o socialista representa o empresariado nesta eleição e há quem acredite que Mauro vá para o segundo turno
“Há quem acredite que Mauro vá para o segundo turno. Na baixada cuiabana as pesquisas mostram Mauro na frente. Quais dos candidatos representam o empresariado? Esse pessoal acredita que o Mauro puxaria o empresariado para seu lado e roubaria voto do Silval”, alertou.
Questionado sobre os possíveis candidates no segundo turno, Alfredo apenas afirma: “a oposição estaria no segundo turno contra quem é difícil dizer. Hoje é o Silval, ele leva uma vantagem, pois está sentado na cadeira de governador, tem muito mais tempo no horário gratuito do que Mauro e isso funciona”.
Outro ponto crucial para a disputa ao governo, segundo Menezes, será o horário político gratuito. Isso porque, o cidadão ainda não está pensando em político e só se atentará para o assunto quando a campanha iniciar. “Quem tiver mais tempo e souber aproveitar leva vantagem”, explicou.
Além disso, Alfredo acredita que as notícias da baixada cuiabana não repercutem com a mesma intensidade no interior, podendo assim, facilitar para Wilson Santos (PSDB), que enfrenta um desgaste maior na capital.
Alfredo é PhD em História da América Latina pela Tulane University, EUA. Lugar onde também fez seu pós-doutorado e lecionou como professor visitante. Também foi professor Titular na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Ele ainda teve experiência na vida política e partidária como secretário geral do Diretório Estadual do PMDB e presidente do Diretório Estadual do PSDB.
